Sunday, December 31, 2006

O ano-novo é verde

Hoje é o último dia de 2006. risos.. como sempre deixei tudo para o último minuto, mas aceitei o desafio de Lucy então é hora de cumprir. Para variar esqueci o texto que tinha escrito em Sampa, então terei que improvisar agora, aqui mesmo em Vitória, Espírito Santo, na casa de minha amiga, onde passarei o reveillon. Confesso que nunca fui muito boa em retrospectivas, verdade seja dita é a primeira vez que faço uma, por isso comecei o ano passado no escuro, sem muitos planos, apenas com uma idéia na cabeça: paz. Supersticiosa como sou, decidi passar a virada pela primeira vez toda de branco. Tinha acabado de me formar e depois de enfrentar as crises de concluir um tcc sozinha só queria mesmo curtir a vida. E, 2006 foi bem isso. Sai, sai muito, bebi, bebi muito, até fumar, fumei, e virei apreciadora de nada menos que charuto. Conheci meu esporte finalmente (dali rugby) e me tornei uma Jones (oia a honra) de uma forma que até hoje não sei bem explicar como (gente perdida é fogo..rs) só sei que graças à Lucy. Foi um ano de muita festa, mas também de muito chororo porque amei e amei muito e como tudo tem os dois lados da moeda cai e cai muito. Tomei grandes decisões, nem sempre bem pensadas, que me transformaram sem eu saber bem para onde. Os dois últimos meses de 2006 tiveram aquele clima pós-balada em que você está cansada e sabe que precisa recuperar o fôlego porque a manhã seguinte promete trabalho e muito. Para um 2007 cheio de reconstrução, espero estar cada vez mais presente nos acontecimentos que realmente importam. E nesta virada passo de verde, dali esperança!!

Monday, December 25, 2006

Patty sem bateria

No dia da entrega do amigo secreto das Jones - aliás evento esse que precisa de um post especial só pra ele -, a Lana me descreveu assim: "a minha amiga secreta é uma pessoa com muita energia, e que portanto parece muito comigo". Não podia ser mais verdade. Apesar de ficar enchendo uma das quase-Jones de que ela que é muito parada e não eu que sou hiperativa, concordo que às vezes exagero no pique.

A semana pré-Natal foi um desses exemplos absurdos. Na sexta-feira teve amigo secreto do meu grupo da empresa, no sábado treino de manhã e festa do Rio Branco à noite, no domingo Mocidade. Segunda teve festa geral da empresa, mas por pressão familiar acabei desistindo de ir. Na terça, o famoso bombeirinho no Mineiro que acabou se estendendo pro boteco da Bohemia a Três Reais; na quarta... não lembro o que teve na quarta, mas teve alguma coisa. Ah, sim... formatura do meu irmão. Na quinta, festa com os amigos do trabalho antigo. Na sexta, o amigo secreto das Jones. Deu pra entender o porquê da tal energia descrita pela Lana?

Acontece que no dia do amigo secreto a minha carga não estava tão cheia quanto deveria. O excesso de eventos aliado à reforma na minha casa irritou minha rinite e me deixou constipada, palavra bem feia que combina perfeitamente com o meu estado de espírito no dia. Mesmo assim, continuei na balada até... 3h da manhã, quando ganhei uma super carona da Lucy. Agora a pergunta: acabou o post? Não!!! Não foi aí ainda que acabou minha bateria.

Muito pelo contrário, depois de ser forçada a respirar naquele lugar abafado e em seguida relaxar dormindo até depois das 8h pela primeira vez em uma semana, melhorei absurdamente. Tanto que no sábado depois do plantão, ia pro shopping com uma amiga pras últimas compras do dia 23, numa quase tradição natalina de incentivar as lojas abertas por 24h. Mas minha amiga teve que desistir, e eu não estava com tanta vontade de ir sozinha. Acabei indo pra casa e passei a madrugada escrevendo a minha retrospectiva, pro desafio lançado pela Lucy. No dia 24, véspera de Natal, trabalhei até a meia-noite e em seguida fui pra festa familiar de Natal. Só não saí depois porque estava tarde pra entrar em qualquer balada.

Conversando com uma colega do trabalho, confessei que estava achando estranho. Que, talvez por conta da gripe, nem tinha me dado conta que estou trabalhando há 10 dias direto, tanto que pra mim hoje (segunda-feira de Natal) ainda era domingo. Estou trabalhando sem perceber e sem cansar. Falado isso, dá meia-noite e meia, desço as escadas do prédio, passo a catraca, entro no carro. Dou partida. O carro nem liga direito e morre. Tento de novo. Percebo que o pára-brisa e a luz estão (ou deveriam estar) ligados. Desligo. Tento de novo. Nada. Lembro que hoje de manhã não liguei a luz. Ou seja, ela estava acesa desde a volta da festa, 3h30 do dia anterior.

Depois de ter ido atrás de orientação paterna, na verdade foi mais um pedido de milagre, pego um cartão da bolsa e ligo pro 0800 indicado. Do outro lado, um cara gentilíssimo me pergunta qual o meu problema. Resposta simples.

"Estou sem bateria".

PS: Depois do socorro descobri que não estava só sem bateria, mas também sem pilha. Mas como esses assuntos automobilísticos são muitos chatos, melhor deixar por alto mesmo.

Sunday, December 24, 2006

Um turbilhão de mudanças....

Toda virada de ano costuma trazer á tona milhões de reflexões sobre infinitas possibilidades do futuro. Parece que é só chegar dezembro e começa uma corrida desenfreada para não deixar nennuma pendência para o ano que vem. E olha que isso atinge até os mais céticos!
Não sou nada religiosa (apesar de ter sido criada e conviver com uma família "católica") mas acredito muito em energias. E não existe melhor momento para estabelecer metas e repensar a vida do que esse. Só que, ao mesmo tempo, acredito que é uma grande perda de tempo.
Eu, por exemplo, acredito que quase nenhum dos meus objetivos se realizaram (e olha que pulei o dobro de ondinhas que recomendam, andei com folha de loro na carteira e passei a virada toda de branco, com calcinha amarela e vários apetrechos da sorte!).
Mas em compensação, tive um dos anos mais loucos, interessantes, divertidos e inesquecíveis da minha vida! Se eu disser que dei uma virada de 720° não é exagero...

Pra se ter uma noção, em quase 365 dias:
- foram embora melhor amigo, melhor amiga e mais três amigos super presentes;
- mas em quatro dias, ganhei duas amigas especiais, que se tornaram inseparáveis e um bando de amigos que marcaram cada dia que estiveram presentes comigo;
- emagreci muito e engordei tudo de novo;
- arranjei um emprego suicida, que mudou meu olhar sobre as coisas;
- e , graças ao universo, encontrei outro que é uma delícia e está me fazendo amadurecer a cada dia;
- sai muito sozinha mas descobri que com amigos é muito melhor - e agora tenho quem me acompanhe pra qualquer lugar;
- tive quatro meses inteiros de samba nas veias (impressionante!);
- frequentei as melhores raves da minha vida ( e a próxima está chegando);
- corri atrás de um ladrão de ingressos e segurei ele com toda minha força;
- pela primeira vez na história, me apaixonei por um esporte que não fosse dança ou ligado á academia: o rugby.
- hoje eu não faço balada, eu estudo balada;
- bebi tanto, mas tanto, mas tanto... e mais um pouco;
- tive o recorde de tempo sem homens na minha vida. E ainda o mantenho...É ótimo ser solteira!
- não virei dj, talvez ano que vem;
- tive meu primeiro contato direto com a morte... e acho que sei lidar com isso;
- fui menos ao cinema (uma pena);
- fui mais ao bar (ebaaa);
- gastei muito dinheiro á toa;
- estou semi-independente;
- descobri o que é sentir saudades e amar;
- e também que o amor platônico tem um charminho especial...

Existem zilhões de coisas que ainda nem mencionei.
Mas acredito que esteja tudo bem resumido.
Para 2007? Sei lá... quero que tudo isso se transforme em pequenos pedaços de novas experiências. Quero engolir tudo isso de uma vez só...
Mas com um detalhe: um pouco maias de juízo. Mas só um poquinho para não falarem que ainda sou uma criança :)

BOM COMEÇO DE ANO Á TODOS VOCÊS!

Saturday, December 23, 2006

2006: o ano do pato

Quando você não tem nada a perder, tudo é lucro. No final de 2005, um ano extremamente estressante e intenso em todos os sentidos, abri mão, voluntariamente ou não, de tudo o que estava me fazendo mal. No mesmo mês de dezembro terminei o estágio, TCC, e conseqüentemente faculdade, e namoro. Depois de tudo largado, fui tirar uma férias na praia, curtir o começo da vida de formada e a indefinição que seria 2006. Não houve um evento marcante, mas sim vários, mais ou menos no estilo daqueles programas de trainees rotativos, onde você passa por n setores até descobrir onde quer ficar.

Na área profissional, participei de um teste para tradução literária de italiano. Fiz um curso de comunicação ambiental e outro de produção de eventos. Brinquei uma ou duas vezes de redação publicitária para um amigo. Fiquei três meses na área de desenvolvimento de softwares e locução. Tive minha primeira experiência com chefes politicamente incorretos. Larguei o trabalho. Depois da metade do ano, voltei à área. Na falta de um, fui aceita em dois empregos - no mesmo dia. Decidi pelo mais jornalista.

Na social, aí a lista é grande, tive (de novo) minha época extremamente baladeira, saindo de terça a domingo. Mas ela não durou todo o ano. Foram fases. Graças aos trabalhos, fiz também bons amigos de balada. Minha primeira estagiária me levou à 'Casa De Todas As Casas'. Um eterno refúgio, com bebida e chapelaria de graça. Depois foi a minha vez de apresentar o mesmo lugar à minha chefe de reportagem junto a outras amigas, na tal balada perfeita já relatada pela Lucy.

Em relação às amizades foi como separar o joio do trigo. No carnaval, fui pruma casa com quase 30 pessoas em que cada uma não conhecia mais que 3 ou 4 e hoje grande parte é de pessoas muito, muito queridas. Quanto aos já conhecidos, por diferentes motivos, alguns deixaram de ter um espaço tão grande na minha vida. Outros, que via e saía só de vez em quando, hoje são inseparáveis. Um exemplo importantíssimo são as próprias Jones, tao amigas que me fizeram quebrar o bloqueio de sentar e escrever só por escrever.

Em assuntos sentimentais, nada de muito marcante. Quebrei alguns tabus próprios, tive um típico 'american date', cuspi pra cima e tomei na testa - de novo. Mesmo assim, acredito que o resultado foi positivo. Se não sei o quero, pelo menos deixei de ter alguns preconceitos e mantenho certezas do que não quero.

A minha área acadêmica-trabalhos sociais voltou à ativa. Não consegui ficar mais de um ano longe de tudo isso. Prestei vestibular, voltei a participar ativamente de ONGs. E se não li um décimo da quantidade de livros que deveria, no quesito esportivo bati vários de meus recordes. Mesmo já formada continuei no basquete, fiz bem mais do uma única cesta no Juca (vergonha para um pivô, como diria meu avô) e entrei no novo esporte casperiano - rugby -, em que não só me identifiquei desde o primeiro momento como me deu razão para freqüentar a academia, o que deixou toda a família e amigos impressionados.

No fim... bem, lembro de uma frase, essa sim de um livro, só não sei qual, que diz que uma pessoa que faz de tudo possivelmente não faz nada bem. A comparação é com um pato, que nada, voa e anda, mas faz tudo beeeem mais ou menos. Um bicho estranho. No fim, meu ano foi estranho. Talvez por isso não tenha ainda entrado no clima de Natal. Não comprei todos os presentes que queria - e que provavelmente vou dar só no começo do ano que vem, como presentes sem data - e muito menos tenho noção que 2006 está acabando. Em todo caso, a retrô foi feita. E por falar em retrô... as músicas que mais ouvi esse ano foram todas anos 80 e 90... de trash a BSB e Britney, coisas que não ouvia nem na época. Realmente um ano para experimentar de tudo.

Monday, December 18, 2006

Universos Paralelos

Dizem que quando você acha que todos ao seu lado são loucos, possivelmente o louco é você. Esse é um texto mais ou menos sobre isso. Fala de universos paralelos, esses locais no meio da cidade onde tudo é diferente e quase te faz duvidar de seus próprios valores. Se tudo der certo, esse é só a primeira de muitas baladas analisadas antropologicamente. Para o começo do ano, por exemplo, esperamos um texto da Lana falando do próprio Universo Paralelo, rave de ano novo. Enquanto isso, contentem-se com um ensaio de escola de samba.

Entrar em um ensaio é quase como atravessar um portal. O estilo paulistano de se vestir fica na catraca. A partir daí, ele ganha cores e diminui de tamanho. A primeira sensação de quem chega é o estranhamento, mas cinco minutos depois até se esquece que o mundo não era assim.

Cores fluerecentes, que você acreditava terem morrido nos anos 80, estão presentes por todos os lados, em decoração e roupas de cetim. Micro-saias com ou sem legging por baixo também. Se a calça for branca, melhor. Tudo isso ligado às tais sandálias prateadas e chapéus de malandros, ícones do samba e que persistem em meio às mudanças da moda.

Em poucos lugares há uma confraternização tão grande e de pessoas tão diferentes. Um deles é o campo de futebol. O outro é o ensaio. Mas esse último tem um diferencial. A misciginação não acontece só entre brancos, negros, orientais. Velhos, jovens e crianças, homens, mulheres, hetero e homossexuais convivem em perfeita harmonia. Aliás, é até engraçado ver as bibas desbancando as mulatas no samba.

A bateria toca num ritmo frenético e a multidão canta empolgadíssima o samba-enredo. Corpos suados do calor abafado esquentam ainda mais quando sambam em fila pela quadra da escola - treino para atravessar o sambódromo. Agora dá pra entender o porquê dos trajes reduzidos. Queria eu ter sido mais esperta.

Faltam três meses para o grande dia. Só três meses? Ainda três meses? Difícil dizer. Desde o meio do ano a música estava pronta. Na época apenas como uma das músicas concorrentes. Agora, já decorado como o samba-enredo oficial. As fantasias estão à venda, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Muitas voltinhas em torno da quadra. Até lá as pessoas continuam se reunindo em dias estratégicos e horários marcados. Para começar e terminar. Às 22h o portal fecha. Às vezes um pouco mais tarde.

Do lado de fora, o shorts que antes parecia estar de bom tamanho quase não cobre tudo o que deveria. É nesse momento que a magia acaba. Seja bem-vindo de volta. Até o próximo ensaio.

Wednesday, December 06, 2006

Os só bonitos que me desculpem, mas charme é fundamental

(Sim, eu sei. Péssimo trocadilho, todo mundo já fez uma paráfrase parecida. Mas então, quem tiver um título melhor, atire a primeira pedra... ou deixe um comentário)

Dizem que o melhor da festa é o barman. Afinal, nada melhor do que ser servida por um homem bem bonito, como tem sido os garçons ultimamente. Mas se beleza (GRAÇAS AOS CÉUS!!!) é um conceito relativo, como pode um mesmo ser agradar a várias garotas de gostos tão distintos?

Simples. Quando você pede uma bebida não recebe só um copo. Junto com ele vem um sorriso. Às vezes um elogio. Uma brincadeira... e quem disse que precisa ser de verdade? Há pessoas que conquistam os outros naturalmente. Outras são treinadas para isso.

(nesse momento do texto tenho dois caminhos a seguir: um deles é continuar com a argumentação sobre o charme das pessoas. Outro é fugir para a tal busca do macho alpha - conceito já muito debatido nas mesas de bar pós-rugby. Então, como boa discípula de Dorothy, vou pelo caminho a que me propus e continuarei pela estrada de tijolos dourados, quase tão brilhantes quanto os olhos de uma pessoa feliz. Assim, deixo aberto convite pra quem quiser dissertar sobre o segundo tema)

Uma vez uma amiga - não só minha como de todas as Jones, e cujo codnome veremos publicado nesse blog assim que ela tiver algum tempo - me disse que não via graça em trabalhar com esportes se não fosse na televisão. Segundo ela, o gostoso dessas atividades é a imagem. São as expressões e sensações que ela passa que fazem com que a gente se apaixone pelo assunto.

Dentre as pessoas que têm controle sobre sua imagem e sabem lidar com o charme estão atores, dançarinos e... músicos! Vocalistas principalmente. E não é à toa. Demora muito até que uma banda faça sucesso e os fãs paguem para assisti-la. Nesse meio tempo, conseguir que os freqüentadores de um bar parem de conversar, brincar, flertar para que o grupo consiga ser ouvido é extremamente difícil.

Já era final de festa quando esse monte de coisas passava pela minha cabeça. Encostada numa mureta, bebendo uma cerveja, felicíssima porque a semana chegara ao fim, não conseguia parar de olhar aquele vocalista. O braço gordo com uma tatuagem de violão junto com o cabelo comprido e ensebado nunca fizeram meu estilo. Quer dizer, minto. Já fizeram sim. Mas isso já faz muito tempo - adolescência é uma fase engraçada.

É lógico que o fato de não estar dirigindo contribuiu para o estado de relaxamento. Mas indiferente a preferências estéticas e níveis alcoólicos, a empolgação com que ele cantava do pop nacional mais simples ao classic rock me impedia de tirar os olhos do palco. Nesse momento, só pensava uma coisa. Nossa, o sorriso é mesmo um baita diferencial! Eu nem sei se a pessoa é realmente simpática ou não - minha fascinação parou na reflexão antropológica e olha que já foi muito - mas gostei só de vê-lo cantando, todo feliz.

Me aprofundava na divagação mental quando ouço meu nome. "Oi!!! Você é amiga de tal pessoa, não é?" A conversa corriqueira não dura mais de um minuto. Quando volto a olhar pro palco o brilho no olhar, o sorriso continuam. Mas o meu estado de espírito mudou. Se ficasse mais algum tempo possivelmente conseguiria ver aquela erradiação de energia de novo. Mas estava cansada, acabamos indo embora.

A ciência política coloca o carisma dentro das quatro mais importantes formas de poder. É uma das mais perigosas, já que uma vez perdido, dificilmente consegue ser recuperado, mas também uma das mais fortes. Não há argumentos contra um bom sorriso.

Friday, November 24, 2006

Conversas de pub e algumas definições


"Você quer seu nome naquela lousa?"
"Sim, eu quero!"
"Então vai ter que se esforçar mais"

***

Num bar escuro várias pessoas sentadas à mesa conversam bebendo cerveja. A maior parte não se conhece. São dois grupos diferentes. Um time veterano de rugby e um monte de meninas que recém começaram a praticar o esporte - as Jones, as quatro reunidas finalmente - mais um co-coach carioca.

Numa das laterais do bar, dois caras tocam blues. Gaita, voz e guitarra só. O suficiente para tornar o clima ainda mais gostoso. Em cima da mesa, uma jarra de dois litros de chopp está quase no final. Na lousa pendurada acima do bar, os nomes dos recordistas em beber chopp. É nesse momento que entra o diálogo transcrito no início do texto.

"Bebendo desse jeito é impossível de vc entrar na lousa. Agüenta mais? Então acaba esse primeiro".

O homem era um mala. Uma exceção naquela mesa. Mas depois de ter dito que queria entrar na lousa, mesmo que brincando, não podia voltar atrás. Sabia que ele só queria ver a gente bêbada - e ficou decepcionadíssimo ao perceber que a Lucy, que já tinha parado há algumas rodadas, estava bem longe de chegar nesse nível - porém, bebida paga a gente não recusa. Virei o copo e em cinco minutos veio outra jarra pro pessoal da 'Caisssper'.

Tínhamos combinado de ir ao pub pra assistir a final do Mundial feminino. Inglaterra e Nova Zelândia. Mas a gente chega no bar e está passando um jogo masculino. Quando acaba, desligam a TV. É tal a nossa insistência em pedir pro garçom colocar no jogo que chegou aos ouvidos do dono do bar que provavelmente jogávamos rugby. Simpaticíssimo, ele veio até nós, ofereceu uma jarra de chopp por conta do time de veteranos da mesa ao lado. Foi assim que conhecemos o famoso espírito de confraternização rugbeer do qual tanto ouvimos falar. De quebra, tiramos algumas conclusões em relação às posições do rugby. Só três na verdade, o que mostra que precisamos participar de muito mais jogos e confraternizações.

As definições

O moço chato lá de cima é o fly, ou abertura. Metódico, certinho, arrogante. É ele que começa a jogada e talvez por isso esse ar de capitão de time de futebol americano combine tão bem. É preciso no mínimo ser seguro de si. Por coincidência ou não, ele adorou a Lucy... que no nosso time de sevens, mais por capacidade de comando do que por arrogância, é a fly!

Também conhecemos um exemplar que fica num meio termo entre o chato e o leso. Peça essencial tanto para o ataque quanto para a defesa, este é o oitavo homem. Grande, sereno - talvez por causa da bebida sereno até demais - e rápido, o oitavo tem a função de definir a jogada. Numa conversa de bar ele seria aquele cara gente boa, com quem você pode conversar por horas, assuntos legais, mas sem emoções mais fortes. Todo oitavo precisa ter um mínimo de inteligência. Mas tudo isso estou falando por hipótese... sabe o lance da rapidez? Então, o oitavo em questão foi elevado a pilar conforme aumentou de peso... é aquela história, se não corre, derruba.

Por fim, o pilar!!! Classe essa à qual pertencem quase todas as meninas do nosso time, pelo menos espiritualmente. Pilar é aquela pessoa ogra, que não pensa muito, faz trapalhada à beça e acaba resolvendo as coisas pela força. Em exemplos dados no próprio pub, "pilar é o cara que vai pressionar o garçom porque a cerveja não tá chegando. É aquele que vai trocar o pneu do ônibus porque ninguém mais se oferece". Mas também é o mais divertido, o que mais fala besteira, o mais aéreo, perdido... aqui vai uma comparação. Só pra variar eu me perdi pra chegar o bar. Então, comentei que isso é uma atitude típica de pilar. O nosso amigo, bendito entre as mulheres, me corrigiu dizendo "você chegou, não chegou? Um pilar estaria procurando o caminho até agora". Exageros à parte, acho que uma boa definição prum pilar seria o Hagrid, do Harry Potter. Fofo à beça por sinal.

Bem, não entramos na lousa dos recordistas naquela noite. Como em toda competição, é preciso ter alguém controlando desde o primeiro copo e quando a gente viu a lusa já era tarde. Mas combinamos de voltar outro dia. Lana disse que o recorde feminino era de 16 chopps. Relativamente fácil. Principalmente se continuarmos treinando em terceiros tempos. Afinal... ainda falta descobrir a definição psicológica de hooker, meio-scrum, centro e ponta (pelo menos).

Monday, November 13, 2006

Atração irresistível

Tenho uma confessão a fazer. Possuo um caso, daqueles bem vagabundos. Poucos sabem da existência desse sentimento. Sempre fui de negar a relação, dizer que sair com ele é perda de tempo, mas inevitavelmente acabo em seus braços.

Nessa relação esquisita não há cobranças de nenhum dos lados. Tudo é feito através de flerte e entrega. Porém, como com todo boy toy, exclusividade é uma palavra que não existe. Além de sair comigo, ele flerta e envolve todas as minhas amigas - e amigos.

Não posso negar que os encontros com ele não sejam algo no mínimo revigorante. Às vezes apenas algumas horas juntos funcionam melhor do que massagens e sessões de relaxamento.

O vai e vem já dura anos. Baladeira convicta, sempre faço dos nossos encontros a última opção da noite. Mas trabalho e cansaço acabam sempre me deixando mais vulnerável.

Eu, que nunca fui de cancelar programas com amigos, nos últimos meses em pelo menos três ocasiões desisti de sair para ficar só com ele. Como em todo vício, a tentação está sempre presente e é preciso ser forte para resistir.

Nesse sábado, após algumas boas cervejas voltei para casa. Tomei banho e enquanto esperava o horário para sair de novo, ele veio falar comigo. Me chamou para mais um encontro. Eu, já meio tonta, nem tentei resistir. Fiz somente uma ressalva: 'só posso ficar meia hora'. Já tinha combinado de sair com Lana Banger, mas talvez esses trinta minutos me ajudassem a despertar.

Para ajudar a negar a relação, costumo estipular prazos máximos para esses encontros. Pena que dessa vez não aconteceu. Me entreguei aos braços de Hypnus e me deixei levar por Morpheus em um sono que durou mais de dez horas. Um absurdo para quem só dorme seis ou sete por noite.

Estava louca para dançar mas só consegui mais um sábado perdido. Uma ótima noite de sono, porém uma balada que não aconteceu.

Por que dormir é tão inevitável?

Friday, November 10, 2006

Metamorfoses ambulantes

Quantas pessoas conhecemos durante a vida? Pergunta difícil? Então espere pra ver. E não vale contar só grandes amigos, namoros, família. Estou falando de conhecer no sentido mai amplo da palavra. Vale até até mesmo aquele cara lindo que você só olhou passar mas que vai ficar por muito tempo na memória. "Será que um dia vou vê-lo de novo?" Mais ou menos no estilos de filmes - ou na recente propaganda da Claro - onde duas pessoas se encontram em vários locais distintos, ocasiões inpensadas, até que percebem que nasceram uma para a outra e vivem felizes para sempre.

Síndromes de Cinderela à parte (toda menina sonha em ser levada para longe montada num cavalo branco e ao lado de um príncipe encantado), cada pessoa que passa pela nossa vida deixa um pouco de si conosco. Pode ser expressões, como os mil significados de "fofo" que incorporei de Lucy Jones, alegria interminável da qual compartilho com Lana Banger ou uma empatia instantânea como a que senti por Lina. E pra ficar só no exemplo das Jones.

A cada vez que lembramos de determinado acontecimento ou pessoa e aquele sorriso ou no melhor dos casos a vontade absurda de começar a rir querem aparecer é como se a pessoa envolvida estivesse presente, fosse um pouco parte de nós.

Normalmente só costumamos dizer isso em ocasiões de perda "não se preocupe, vou estar sempre com você aí no seu coração". Mais uma cena piegas mas inevitavelmente emocionante, cena de filmes, em homenagem ao novo amigo cineasta e que adora encontrar essas imagens no blog. Enfim, o ponto em que quero chegar é que não são só as pessoas queridas que têm esse poder.

Uma vez, há uns bons anos, perdida como sempre, resolvi perguntar para uma moradora de rua se o ponto de ônibus mais perto ficava para a esquerda ou para direita da enorme Avenida Santo Amaro. A moça (outra expressão roubada de Lucy, já que a mulher tinha quase tantos cabelos brancos quanto negros) não deveria falar com alguém há muito tempo tal foi a felicidade e a obstinação com que me respondeu. Só faltou dizer, naquele linguajar meio enrolado, quantos passos demoraria para chegar até o ponto. Na verdade, ela pode até ter dito. Lembro que não entendi nada da explicação. Lembro também do hálito horrível de quem está há muito tempo sem comer ou escovar os dentes. Mas mais do que tudo, lembro do sorriso dela enquanto eu agradecia pela décima vez e ia para a direção que - acreditava - ela tinha indicado.

Para quem não sabe, parte do meu nome - Marie - foi escolhida em homenagem a uma grande heroína dos quadrinhos e principalmente dos desenhos animados. Dentre suas diversas características, Anne Marie, conhecida como Rogue ou Vampira não pode se aproximar das pessoas, pois suga-lhes a energia vital.

Acredito que todos temos essa maldição. Entretanto, em vez de sugarmos somente, absorvemos e doamos experiências, hábitos, alegrias e tristezas. Somos altamente influenciados uns pelos outros. Por isso não é raro quando ver alguém chorando e sofrer aquele aperto no peito sem nem saber porquê. Ou então ouvir uma gargalhada e - ah, como gosto desse som - sentir o dia todo se iluminar.

Adoro pessoas. Adoro conhecê-las. Por mais que a conversa seja de cinco minutos, sempre há uma característica que você leva junto contigo. A mesma pessoa poderá seguir n caminhos durante a vida dependendo do contato que ela tiver com a sociedade. Essa é a graça do jogo e por isso acho muito bom conhecer o máximo de gente possível. Dos mais diversos tipos. Quando tinha cinco anos me minha mãe me colocou no balé - perdição total -, quem ia me imaginar no rugby???

Thursday, November 09, 2006

"Dreher"

(O alter ego de Lana, em uma TPM fora de época, ligou pra ela hoje e resolveu desabafar...)

É duro olhar em volta e perceber o quanto vida passou rápido... E mais que isso: se deparar com um vazio no peito deixado por todos aqueles que passaram e foram importantes para seu crescimento pessoal ou simplesmente tatuaram um negócio do lado esquerdo, impossível esquecer.

É uma pena que essas pessoas tenham desaparecido, como se nada tivesse acontecido; e num movimento circular mega viciado, novas pessoas vêm e vão numa rapidez alucinante.

É fato que crescer envolve tudo isso... será que eu sou a única desesperada por ver pessoas escorrerem pelas mãos como a água da torneira, de cada manhã?

A sorte é que curti cada momento intensamente... mas será que tudo foi tão intenso assim?

Se tudo é apenas um vai e vem desenfreado, eu não deveria acreditar em amor eterno, família, amizade verdadeira, realização profissional entre outras coisas certinhas da sociedade... Mas como é difícil!

É complicado correr contra a conrrente e desejar, mais que um amante, um amigo pra vida inteira e fazer de tudo para que se viva de acordo com ideais lúdicos de confiança, fidelidade (e não possessividade), ajuda mútua e um mundo cheio de gliter. Um vida dúbia entre esses dois paralelos faz parar o tempo, perder amigos e dá uma solidão quase sempre angustiante...

Não quero me afogar num copo de cerveja.
Me dá logo um DREHER pra encarar a realidade.

Sunday, November 05, 2006

Divagações na Metrópole - 10 minutos no metrô

Naquela tarde típica de primavera para o proletariado paulista (leia-se metrô abarrotado, com pessoas e objetos ensopados, resmungando "Ai, essa chuva... o tempo estava bom até agora tarde! Vai entender esse tempo mauluco, meu deus..."), ela olhava ao redor e tentava decifrar a personalidade daquelas pessoas que a comprimiam contra a porta. Afinal, tem gente que é tão sabida, que olha nos olhos e fala "Você é de câncer, acertei? ". Mas com toda a sua cultura de botequim sobre horóscopos e essas coisas mais sensitivas, as coisas mais absurdas passaram por aquela cabecinha de vinte e poucos anos. E olha que essa idade não costuma ter um mentalidade tão fértil...

"Humm... esse cara é estilosinho: tatuado, converse no pé, mochila nas costas, alargador, mas com uma roupa bonitinha de trabalhar... No mínimo deve trampar como designer ou em alguma dessas empresas de informática e , com certeza, tá escutando rock. Ele não tem cara de EMO, então... deve ta escutando essas coisinhas novas britânicas. Pena que ele é baixinho e a mega aliança prateada na mão direita, tá reluzindo mais que uma dourada na mão esquerda: esse aí namora, pelo menos, há uns 2 anos...."

O trem abre as portas na estação seguinte e é impressionante como as pessoas se adaptam áquele estágio de inércia induzido. O tal do garoto comprometido, faz mil e uma acrobacias para que uma menina esbaforida, bem mais baixa e volumosa que ele, se encaixe naquele emaranhado de mãos, braços, pernas, peitos, bundas grandes, mochilas, sacolas e cheiros de todos os tipos...

"Nossa, que cara de mau! Ela deve trabalhar em alguma coisa ligada á vendas ou cobrança ali no centro e não deve achar que trabalho traz realização profissional, só dinheiro e encheção de saco dos patrões. Com certeza ela sabe todos os seus direitos trabalhistas e deve colocar no pau qualquer empresa que se meta a besta com ela.Aliás, acho até que os engraçadinhos e engraçadinhas com ela não têm vez... Mas será que essa calça grudada, esse cinto grande e essa blusa decotadissima e sufocante não colaboram pro seu mau humor? Acho que nem o brinco de dançarina do ventre e faixa colorida no cabelo alegram a tornam mais simpática..."

Na outra parada, o vagão continuaria no mesmo estado, se um casal não se entrelaçasse e ocupasse o mínimo de espaço que ainda restava diante da porta. "Uhhh, amor... conseguimos - smack na boca - Me abraça mais um pouquinho que a gente fica bem", disse o homem para a mulher.

" É, o amor deve ser realmente lindo e superar todos os obstáculos. A menos que eles tenham se conhecido por essas bandas e nesssas mesmas condições... E não é que eles combinam?! Tá certo que o desastre na cama é quase previsível: ela não parece ser nem um pouco sexy e tem uma certa aprência de sujinha. Não como os hippies da paulista, mas uma sujeira natural. Ele, sem a menor pinta de comedor nem de come quieto. É até estranho imaginar que um dia ele tenha sido punheteiro! Huum.. pensando melhor, ele tem cara daqueles caras de chat... e ela também! É fato: se encontraram num shopping um dia desses, depois de teclarem numa sala por aí, e viram que têm várias coisas em comum e se apaixonaram... inclusive se sintonizaram na horizontal. Que sejam felizes!"

A viagem da garota continua aperdatíssima e cada vez mais sufocante. Ela já não sabe mais se está se sustentando nos próprios pés ou alguém está fazendo isso por ela. Numa inspeção rápida e minuciosa, ela percebe...

"Putz, onde eu vim me meter! Tudo bem que não tinha tanto lugar pra ir, mas ficar embaixo dos braços de um gordinho com pizzas na camisa, ninguém merece!Ainda bem que meu poder de abstração das coisas e meu mp3 são maiores que tudo... O cara deve ser bancário e tem orgulho de mostrar que trabalha no Banco do Brasil, exibindo crachá e bolsa personalizada, além da camisa azul e amarela. Deve ser gente boa, mas a respiração ofegante e aquele olharzinho "sou tímido, mas se mexer comigo eu topo tudo" poderiam acabar com qualquer amizade. Aliás, ele não tem cara de muitos amigos. Parece bem caseiro, do tipo que tem família pequena e amigos ecléticos que entendem o dance como sinônimo de música eletrônica e o sertnejo como redenção em qualquer casório. Ai, é melhor eu tentar ir um pouco mais pra frente..."


Já diz o velho ditado que coração de mãe, sempre cabe mais um. Couberam mais quatro... e daqueles filhos bem barulhentos e desalmados...

"Como é possível! Esses daí são daqueles que querem aparecer á qualquer custo. Já chegam empurrando, gritando e ai de quem olhar torto pra eles. É capaz de cuspirem em alguém! A camiseta surradaa , o cabelo molhado e o perfume a la AVANÇO não negam um dia duro de trabalho em alguma fábrica da região. Mas isso não diminuiu o bom humor:têm piadas e frases feitas na ponta da língua. Aposto que para cada dia da semana devem resmungar algo diferente! Mulher...eita bicho bão, eles devem pensar. É lógico que baranga eles expulsam com alguma musiquinha brincalhona. Mas eles mal sabem falar direito... Devem ganhar pouco, só que têm família pra cuidar lá no fim da cidade. Engraçado como eles não demonstram se importar com isso! Eles é que estão certos... já estão prontos para um cerveja no bar e o trabalho no dia seguinte..."

ESTAÇÃO SÉ... ACESSO Á LINHA 1, AZUL. DESEMBARQUE PELO LADO ESQUERDO DO TREM.

Em questão de segundos o garoto do rock, a menina mau humorada, o casal enlaçado, o gordinho franzino e os "quatro felizes do jeito que sou" são expulsos do vagão, como acontece em parto normal. A tal da garota, que divagou pela vida de pessoas tão diferentes, com toda sua educação, tenta não empurrrar ninguém. Impossível... o máximo que conseguiu fazer foi olhar para os outros, dar aquela risadinha de "isso não muda nunca e é um absurdo", ajeitar sua roupa, mudar a música do mp3 e se preparar psicologicamente para conhecer tipos mais diferentes na nova jornada que ainda a aguardava.

Mas dessa vez seriam uns 10 minutos a mais de desconforto!

Sunday, October 29, 2006

A noite que valeu por um ano

Minha mãe costuma dizer que a cada dia que passamos direto, sem dormir, diminuímos um ano de nossas vidas. Bem, valeu muito a pena ter perdido um ano pela festa de sábado.
Depois de muito tempo as Jones se reuniram novamente - só faltou a Lina. E depois de um tempo maior ainda conseguimos ir na Trash 80's, programa que combinávamos desde que esse blog foi lançado.

A noite foi perfeita. Rimos muito, dançamos de David Bowie a Xuxa, com coreografia e tudo - lógico. Quase cinco horas dançando sem parar como há muito tempo não fazia. Ah, como estava precisando disso! E não adianta pensar que a balada tava boa só porque ela é boa, e que semana que vem estaria igual. Normalmente 3h é fim de festa - opinião confirmada por Lana Banger, freqüentadora assídua da casa.

Dessa vez, aniversário de dois anos do lugar, fomos embora 4h30 e ainda tinha uma quantidade bem considerável de pessoas na pista. O show do saudosíssimo Double You talvez tenha ajudado a manter o clima. Mas a seleção de músicas, todo o cuidado com coreografias e a pista cheia mas com possibilidade de se dançar fizeram toda a diferença. Tanto que só fomos embora a hora que pés e costas já não tinham mais condições - e eu comecei a correr do risco de me atrasar mesmo sem dormir. Por sorte, ainda consegui deitar por meia hora - contada no relógio - antes de levantar para tomar o café e sair de casa quase de madrugada.

Como já foi dito por uma das Jones nesse mesmo espaço, existe uma série de combinações para que uma balada seja perfeita. Há várias semanas tenho saído para lugares legais mas... nem tanto. Agora, que finalmente a noite especial chegou, seria um absurdo não aproveitá-la. Mesmo que isso signifique o sacrifício de praticamente não dormir (e assim, segundo a lógica da minha mãe, diminuir 12 meses da minha existência).

Assim como baladas perfeitas existem amores perfeitos, momentos perfeitos, lugares perfeitos. Nas duas últimas duas semanas dois amigos vieram me contar que acharam seu perfect match... alguém especial com quem estavam saindo e que combinava perfeitamente com seus estilos de vida. Um deles, por achar que não estava em um momento para se envolver, acabou desistindo. A outra está tentando com o cara. Meio com medo de se machucar, mas faz parte.
A questão é... é tão difícil nos depararmos com esses pedaços de perfeição que não podemos desperdiçá-los, mesmo com a correria, mesmo com os riscos.

...

Plageando a Lucy, diria que esse post não tem muita razão de existir. Talvez tenha escrito numa tentativa de me auto-justificar por estar exausta e ainda ter um dia inteiro pela frente. Talvez seja simplesmente uma maneira de exteriorizar as sensações de algumas horas atrás. As notícias ainda não começaram a chegar, não tem ninguém no msn e portanto não tenho com quem conversar. A música do Double You ainda ecoa na minha cabeça. Muito bom.

Wednesday, October 25, 2006

Verdades, mentiras e enganos

Uma das coisas mais legais de se freqüentar diferentes lugares é que cada um tem seus tipos habituais de pessoas e um ou outro que destoa, seja por roupas ou atitudes. Aliás, só isso já é um bom roteiro pra balada: a gente sai, bebe, conversa, vê pessoas novas. Algumas bonitas, outras nem tanto. O ego aumenta. Às vezes diminui. Daí você olha pro lado e repara naquela menina praticamente pelada se jogando em cima dos caras. As costas doem só de ver o quanto da bunda dela está empinada. Será que ela é? E o papo continua. Nesses casos, é fácil esteriotipar e ser esteriotipada.

Semana passada fui com uma amiga a um desses barzinhos do Itaim. Como era 5a-feira e estava garoando, todas as outras meninas desistiram e a gente resolveu sair só pra beber e papear. Não nos falávamos há um bom tempo e por isso teve assunto suficiente pra pelo menos uma hora.

Já era e as pessoas foram rapidamente embora. Terminada a música ao vivo, teve a pagação básica de mico da gente dançando meio sem graça no centro da pista quase vazia - só pra não dizer que não dançamos. Já nos preparávamos para ir embora quando surge alguém com o famoso "Do you speak english?"

Ele tinha bem cara de gringo e aparentava uns 60 anos. Mas um velho conservado. Ótima pessoa para se conversar, o moço nem tão moço disse se chamar Tony. É irlandês e veio para o Brasil ver a final da Fórmula 1. (Aliás, aqui cabe um parênteses para mostrar como estamos realmente fadadas ao rugby. O cara não era jogador, mas é irlandês, ou seja, britânico. Inglaterra... rugby... quer coincidência maior?)

Conversamos o suficiente para perceber que meu inglês está muito aquém do desejado. Eu e minha amiga falamos sobre pontos turísticos de São Paulo e indicamos uma balada pós-balada. Duas na verdade. Ela sugeriu a Love Story, afinal, fecha tarde e tá cheia de mulheres. Eu pensei no pobre velhinho chegando na balada / puteiro e sendo atacado pelas primas, fiquei com pena e, antes que ele entendesse o que estávamos sugerindo, propus um pub. O bom é que ainda consegui a resposta para uma dúvida antiga. O'Malleys se pronuncia como em português: o maleis, e não o meleis. Para chegar a essa conclusão tive que escrever o nome do até então incompreensível pub e depois ouvir "Ah, omaleis, era isso que você estava dizendo?".

Já que eu não tinha caneta ou papel, pedi empretado para o garçom e fiquei meio sem graça com a cara de repreensão dele enquanto eu escrevia o endereço. Ainda perguntei se ele sabia o endereço do lugar, como quem diz "não estou dando meu telefone pro velhote, só fazendo uma boa ação" mas parece que a história não colou.

Várias pessoas de longe também tinham aquele olhar "será que elas são?". Talvez pensasse o mesmo. Afinal, duas meninas bem mais novas conversando com um turista sozinho, fazendo anotações em um papel. Se não são profissionais, pelo menos, pessoas muito dadas.

Mas tudo bem. A conversa estava divertida. Tony tinha vindo pra São Paulo para assistir o GP de Interlagos e sua primeira parada foi no túmulo de Senna. Até eu que adoro programas de índio não imagino passeio mais sem graça. Não sei o que fazia da vida ou fez quando era mais novo. Tony nos contou apenas que lutou na Guerra das Malvinas. Uma guerra inútil segundo disse.

Cinco minutos depois dele ter começado a falar a respeito nós nos despedimos com um cordial aperto de mão, pagamos a comanda e deixamos o bar. Sabia que se ficasse mais, logo desistiria de ir embora só pra ouvir algumas histórias. Além disso, já era mais de 3h da manhã.

Na volta para o carro eu e minha amiga chegamos à conclusão de que a Guerra das Malvinas aconteceu há muito tempo e por mais velho que Tony fosse, seria quase impossível dele ter participado. Provavelmente estaria inventando só para impressionar. Agora, pesquisando, descobri que o conflito aconteceu em 1982.

Nossa vez de errar no julgamento.

Monday, September 25, 2006

Quem é quem nas Jones

É consenso entre as Jones que qualquer um que nos conheça mesmo que um pouquinho saberia identificar nossas verdadeiras identidade. Tanto é verdade que as pessoas acabam descobrindo sozinhas depois de lerem alguns textos. Porém, cansadas de tanto ouvir "qual delas é você?", resolvemos revelar o mistério através desse joguinho. Enjoy it, mas façam rápido. Já existem Jones no banco, loucas pra entrar em campo. E esse teste vai aumentando de dificuldade à medida que crescemos em número.



Quem é quem nas Jones?

+ As Jones são formadas por quatro meninas: Maria Carolina (Carol), Bruna, Anna Paula (Paullette) e Verena.
+ Cada uma escolheu um codnome: Lina, Lana Banger, Patty Marie e Lucy.
+ Anna Paula e Patty Marie se viram a primeira vez no trote da faculdade.
+ Carol e Lina se conheceram no trabalho.
+ Todas estão formadas em alguma área da Comunicação Social.
+ Três delas são jornalistas e uma é publicitária.
+ Três fizeram Cásper e uma PUC.
+ Verena não fez publicidade.
+ Uma das meninas escolheu se chamar Patty Marie para matar a frustração de não ter nome duplo. Maria Carolina, ao contrário, optou por um nome simples.
+ Lana Banger não era do mesmo curso que Bruna e Lucy mas todas freqüentavam as mesmas festas universitárias.

Fácil, vai? Só não vale jogar a resposta no comentário.

Wednesday, September 20, 2006

A mais nova invenção ou a última maldição?

Transexuais, Homossexuais, Sadomasoquistas, relacionamento que se preze, mesmo entre os heteros, mudou. Cada um do seu jeito, cada louco com suas respectivas esquisitices, por isso, tento sempre começar do zero, sem idéias pré-estabelecidas do que deveria acontecer. E, tudo normalmente, inicia-se com uma boa amizade. Aquele amigo que chega de fininho na sua vida e ganha uma importância, menina, vira o algo mais, até aí normal. Mas, a última é a amizade antes e depois do relacionamento. Pois é. Há quem seja categorico, impossível! Acabou, acabou! E, aquela frase: "Vamos ser amigos" não saia da teoria. Hum.. e quando a pessoa é daquele tipo "too good to be truth". Existe tanto em comum, tanta história, que seilá, afinal, você não quer mesmo perder o vínculo. Será que o momento "let go" precisa realmente acontecer para você seguir em frente?
Estava quase achando que se podia ter o melhor de alguém, compartilhar a amizade, sem de fato estar junto, mas depois dos últimos acontecimentos, reavaliei meus conceitos, e se for algo como uma maldição disfarçada. Explico. Recentemente, descobri que meu mais novo pretê pode ter uma namorada. Digo, pode, porque foi o que li no seu blog (eita, internet..hehe). Até aí, blz, senão fosse um simples detalhe. Antes da descoberta, ele já tinha me ligado algumas vezes para marcarmos de sair juntos e, devido aqueles desencontros da vida, nunca deu certo. Ele tinha mostrado interesse, mas, agora, paro e penso: Será que ele só quer mesmo minha amizade? Será alguma nova maldição de relacionamentos mal-começados e mal-terminados?

Sunday, September 17, 2006

São 4h50 da manhã de domingo

Sim, eu deveria estar dormindo, mas há mais de dez dias enrolo para escrever um texto sobre meninos de baladas e agora preciso pagar minha dívida antes que mais coisas aconteçam e essa bola de neve vire uma avalanche. Calma, o tema é clichê mas nem tanto. Independente de quanto tempo dura uma relação iniciada na balada, minha divagação seria sobre preconceitos e, principalmente, pedidos.

Mas eis que o tempo passou, "cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade" não foi escrito e hoje eu, apesar de já ter toda uma redação contruída na cabeça, não pude falar sobre meu novo esporte, o rugby! Tudo por peso na consicência de estar devendo o maldito relato sobre baladas.

Para não repetir o erro, vou falar tudo de uma vez, o texto talvez fique meio desconexo mas depois arrumo nos comentários. Assim, caso alguma coisa bombástica aconteça na vida desta Jones estou livre para contar de cara. Incrível como a gente tem esperança, né?

Bom, para começar eis minha conclusão: não acredito mais em romances de festas. Talvez esteja ficando velha, afinal, ao contrário de Lucy, já passei há um bom tempo dos meus 19 anos. Mas o fato é que crei certos preconceitos quanto a homens. E em 3 baladas seguidas, conversando com diferentes tipos, não encontrei nenhum que passasse pela peneira.

Não desisti das baladas em si. Adoro dançar. Minha próxima meta é ir a uma rave porque só 5h de música não estão mais sendo suficientes. Ontem recebi até o conselho de começar a correr pois estava com "excesso de energia acumulada" - depois de treinar por duas horas deixei meus amigos cansados de tanto dançar e pular. Além disso, tenho conhecido várias pessoas divertidas, hoje até fiz um amigo de orkut. Mas caras com mais de 20, menos de 35 e altura maior que 1,77 não encontro. Praga? Não gosto de acreditar nessas coisas, mas quem sabe. Afinal, as primeiras exigências nem são tão grandes e algumas podem até ser condicionadas. Para comprovar, aqui vai uma descrição das figuras mais relevantes conhecidas nessas últimas 3 baladas. E o pior é que quanto mais falo, maiores ficam as chances de cair um grande cuspe na minha testa e eu acabar gostando exatamente de um desses. Patty Marie é uma mulher muito complicada. Na próxima encarnação juro que nasço como Verônica Franco (who is this? Gooogle it: "Veronica Franco" Italia Veneza filme)

4a-feira, dia 6: Apresento-vos R***, Um moço simpaticíssimo. Bonitinho, alto. Com cara e jeito de 18 aninhos, mas na verdade tinha 20. Enfim... não deu. Tem certos erros que a gente comete uma vez na vida e só. Por mais que meninos mais novos sejam uns amores, eles costumam ser extremamente imaturos - nesse momento acabo de cuspir para cima e por um bom tempo é capaz de ficar tensa com o que vem do céu -. A única história bem-sucedida desse tipo que conheço está na música do Legião Urbana, mas mesmo assim a gente não sabe se Eduardo já não trocou a Mônica por uma de 20 anos a menos - que ele. Ah, aqui vai uma dica de filme sobre o assunto: Terapia do Amor. Enfim, depois de umas 5 vezes que encontrei a mesma pessoa na balada e de todas ele ter perguntando "mas você não vai ficar comigo só por que eu sou moleque?", a gente se via, dava oi, ele me disse umas mil vezes que sou muito simpática e eu quase poderia tê-lo adotado como meu segundo irmão mais novo.

5a feira, dia 7: CUIDADO COM OS SEUS DESEJOS ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE. A cena que mais ilustra esse dia é eu conversando com alguém e ao fundo Lana Bang se matando de dar risada. Isso se repetiu as três vezes. Menos de 24h depois de ter dado um não pro Errezinho, me aparece esse trio de senhores com idade um pouco avantajada. Um de cada vez. Dois deles provavelmente freqüentaram o ginásio na mesma época que meus pais. O terceiro devia estar começando a faculdade quando eu ainda usava fraldas. E isso num bar onde chegamos a achar que era o próprio buraco negro, ou seja, deveria ter caras de 25 mais ou menos. Só a gente que não encontrou. E a voz do Errezinho ressoava na minha cabeça "você vai me dar o fora só porque eu sou moleque?". Aliás, o conselho em caixa alta não serve só para esses casos não. Minha amiga um dia me disse que queria sair mais comigo. Avisei-a do ditado e... uma semana depois o namorado deu um fora. Nem eu mais lembrava disso e quando contei do bar ela me disse que até hoje se lembra do cuidado com seus desejos.

Sábado, dia 16: sei que sai no outro fds, mas não tenho idéia para onde. Horrível isso. Tá tudo ficando tão igual que até some da memória. Bem, com um lapso de baladas indignificantes, eis que hoje foi engraçadíssimo ao ponto de me fazer ficar mais de uma hora escrevendo um texto assim que cheguei em casa. Conheci dois caras muito legais e outros que não vale a pena nem citar. Um deles é o M***. Chegou com papo esranho de que queria tirar foto pra colocar no orkut. Eu já tenho rejeição natural a fotos. Para quem eu não conheço ainda mais. Porém eis que de repente minha amiga estava com a máquina do moço pronta na mão e tirou a tal foto. Depois mais duas. M*** é engenheiro. Tem 26 anos (mas esse com a carinha de baby não me espanto que tenha conseguido até enganar o buraco) e não é lá muito alto. Tem certos erros que a gente só comete... algumas vezes na vida. Além dele, conheci E***. E esse, muito baixinho, não hesitou em pedir pezinho pro amigo no meio da pista para falar comigo. A cena foi hilária, não havia omo não olhar e dar risada - eu, ele, minha amiga e um monte de pessoas à nossa volta. Por umas três vezes foi içado pelo amigo para falar de igual para igual comigo. Adorei a criatividade. Mas não.

Começa a clarear. A minha balada de sábado acabou. Finalmente começo a sentir sono. Acho que é gostinho de missão cumprida. Escrevi sobre os meninos de balada. Falta de sorte? Exigências demais? O fato é balada a cada dia mais está para dar risada, dançar, ver os amigos... desisti de encontrar um par por aí. Será que algum dia já procurei? Mas pelo menos antes encontrava. Aliás, só para terminar esse texto esquisitíssimo, uma compilação de várias baladas e teses, aí vai um recadinho: Amiga, parabéns pelo novo boy. Esse é divertidíssimo. Acredito que enfim você tenha encontrado um cara que te merece. Vai sem medo.

Se der, um dia, escrevo do rugby... quem sabe mais pra frente. Chega de comprometimentos com assuntos. Por enquanto, só um comentário: que é muito legal, ah, isso é.

Monday, September 04, 2006

Caiu no PARAÍSO? CONSOLAÇÃO é a salvação!

Qualquer paulistano com o mínimo de senso de diversidade é filho legítimo - e presente - da Av. Paulista. Sua beleza materna pode se expressar pelo charme do pretinho básico excutivo em contraste com o sol de 30º, a imponência de sua arquitetura e o caos sincronizado, o mix de tribos, credos e classe social... Mas a sua vida noturna realmente é o que há de mais interessante: viver por lá a noite me faz sentir que estou em Londres ou Nova York (tá é uma viagem...mas é a MINHA viagem).

Eu sou muito suspeita, porque além de ter me refugiado, namorado e me formado nessa região,eu me rendi ás baladas diferentonas e mega alternativas do circuito FREI CANECA / AUGUSTA / BELA CINTRA/ CONSOLAÇÃO. Circuito, aliás, que é muito conhecido por ser O MAIS COLORIDO da cidade... quer coisa mais divertida?!

Não sou lésbica nem bi, nem nada - mesmo que tenha certeza absoluta que seria uma bichona chiquérrima se nascesse com coisinhas no meio das pernas. O que acontece é que as baladas tradicionais, que estava acostumada a frequentar desde os 11 anos, se tornaram um saco: sem criatividade nenhuma (o que acontece com os djs? Tenho medo de em tornar uma por causa disso...), cheia de "crianças" com piadinhas/xavecos prontos, e com aquele passinho bááásico (pro lado, pro outro com dedinhos apontados pro céu) que dá ânsia.

No circuito colorido tudo é "permitido": andar com roupa rasgada e fora de moda, dançar como ET, maquiagem borrada (mas isso sempre é bom evitar...), pessoas fora de forma, tocar 12 músicas da Madonna em sequência, menina no banheiro de menino e vice-versa... Sem contar que quanto mais a noite passa, melhor fica a balada. Então ser o último a sair não é feio... é mais natural que se possa imaginar.

AH.. e as pessoas são mais velhas, estilosas, cabeça aberta e sabem dançar - cada um do seu jeito, obviamente.

Acho que agora tá mais fácil entender proque eu me ENCONTREI nos inferninhos, baladas de porão, casas GLS entre outras variações. Posso dizer que depois das raves, eles eles são responsáveis pelas minhas noitadas mais incríveis...

E geralmente, quando não tenho nada pra fazer, sem carro, sem dinheiro e com muito pique pra ficar vendo TV e engordando, é só me deixar na linha verde do metrô que eu me viro e não saio de lá sem, no mínimo, ter perdido umas 900 calorias!

A teoria do buraco negro

Há algum tempo tenho reparado que em todas as festas, baladas, barzinhos só encontro garotos de 19 a 21 anos. No máaaximo 22. A maior parte das minhas amigas já desistiu de procurar e agora namora com garotos mais novos. E eu, independente mas sem a menor vocação pra dona de creche, fico pensando... onde estão os homens mais velhos? Depois de muito analisar, cheguei a uma teoria: todos foram engolidos por um buraco negro!

Calma, não é tão loucura. Pense: com a quantidade infinita de baladas em centros como São Paulo, seria muito difícil para um homem abandonar as noites de farra, ficadas sem compromisso e finalmente sossegar e criar uma família. Prevendo que dessa forma o fim da espécie chegaria mais cedo, a Mãe Natureza, que não mede esforços para salvar seus filhos, resolveu agir e tirou os imaturos de circulação.

Tal como borboletas usam o casulo, foi criado um buraco negro que suga todos os seres do sexo masculino prestes a completar um quarto de século de vida e os deixa maturando por algum tempo. A devolução só acontece quando eles passaram dos 28 ou atingiram o nível espiritual compatível com a perpetuação da raça - ou seja, vontade de casar e cuidar de filhos, mais do que fazê-los.

Sei que minha teoria parece bizarra. Eu mesma gostaria que fosse, afinal não estou pronta para um passo tão grande. Por isso, antes de escrever esse texto, com a esperança de que estivesse errada, fiz a uma pesquisa de campo e percebi que infelizmente ela é aceitável.

Teste Final
Para pôr fim às dúvidas decidi correr o risco de miar minha noite de sábado e fui para o lugar onde mais ouço falar que dá gente velha - "ok, dá gente velha, mas velha quanto? Ah, Marie, velha tipo uns 38. Muito velha" -. Esse é o Darta Jones, famoso bar que toca música anos 80 na Vila Madalena.

Assim que cheguei no lugar, a informação foi confirmada. Posso até citar exemplos como homens de cabelo branco e mulheres estilo senhoras casadas. Também foi possível ver a pirralhada de sempre e alguns seres do sexo masculino que aparentavam os 20 e MUITOS.

Nessa hora quase me empolguei. Mas, como esse é um blog sério e não pode ficar só nas aparências, a equipe Jones perguntou para uma quantidade considerável de homens aparentemente da faixa etária desaparecida quantos anos eles tinham. Resultado? Váaarios de 21 e 22. Um de 29. Até mesmo os que a gente jurava que iriam acabar com minha teoria não passavam dos 22.

Um dos meninos reclamou que eu só queria saber a idade dele ("tenho 21. Mas tá... e aí? Você quer saber minha idade e... só? Sim, só isso. Estou perguntando para os caras do bar. Obrigada"). Depois disso, tive que explicar o porquê da enquete e citei a teoria do buraco negro, correndo o risco de parecer mais louca ainda.

Para minha surpresa, o moço, com ar pensativo, concordou, "é, você tem razão, tá muito difícil ver caras mais velhos por aí. Em qualquer balada". Nesse momento, fiquei desolada. Até os próprios homens perceberam isso. Vai ver, coitado, era mais um que estava se sentindo tragado.

Friday, August 18, 2006

Do que é feita uma boa balada?
by Bruna - a mais alta Jones

Existe regra para uma festa ser boa? Tem gente que diz que o mais importante é a companhia, mas sempre há casos em que você está com o melhor cara desse planeta, com a turma mais empolgada e a balada continua miada.Durante um jogo de twister*, depois de muita bebida e com uma quantidade enorme de risadas e tombos pela frente, um grupo de meninas resolve fundar um blog.
As Jones vêm daquela personagem - antes literária que cinematográfica - criada pela escritora britânica Helen Fielding.Discípulas de Brigite, as Jones têm uma grande tendência para pagações de mico. Dos que ficaram para trás, você, leitor, provavelmente nem ficará sabendo, mas a gente promete aprimorar ainda mais os nossos causos - será que é possível?Esse será um espaço para falar de baladas boas e miadas, programas de índio muito divertidos e comportamento em geral. Homens? Lógico, afinal, com um bando de mulher juntas esse é um assunto que não poderia faltar.No primeiro final de semana do nosso blog, as Jones se dividiram. Uma delas foi para um bar badalado da Vila Olímpia. Outra, para uma balada desconhecida e com toda pinta de GLS na Consolação. Qual das duas se divertiu mais? O que cada uma encontrou em sua respectiva balada... cada festa é um mistério, e a gente adora desvendá-lo.


* twister - jogo consagrado na série Friends. Composto de um dado e de um tapete com círculos coloridos, os participantes se contorcem amontoados, tentando ficar com pés e mãos nas cores designadas e sem derrubar uns aos outros. Simplificando: jogo ideal pra pagar mico e dar risada.