Thursday, December 20, 2007

Que animal você quer ser em 2008?

Teste rápido

Pense em um animal. Agora, dê três características dele.

Faça isso mais uma vez, com outro bicho.

Agora, de novo.

Pronto?

(Aviso: se você é daqueles que gosta de testes de personalidade, realmente faça isso antes de continuar a ler, não toma muito tempo e daqui a duas frases o jogo perde totalmente a graça)


......

Segundo esse teste que fiz uma vez, os três animais representam, juntamente com suas qualidades e defeitos, como você se vê, como os outros te vêem e como você gostaria de ser.

Infelizmente depois que você faz a primeira vez e sabe a resposta é meio complicado fazer de novo. Quando acabar esse texto provavelmente vou refazer o meu, respondido há cerca de uns dez anos. O problema é que essa coisa do "quem você é" e afins fica no inconsciente e pode influenciar a resposta. Se você também faz o tipo meio confuso e já esqueceu a ordem do que significa cada um dos animais, pensar nisso pode fazer uma salada ainda maior. Por isso, mesmo que tenha decidido fazer só agora, abstraia as respostas.

Quanto mais diferentes forem as características usadas no primeiro e no segundo exemplo, mais legal a idéia. Isso só mostra que ninguém pode falar "eu sou...". A gente acha que é. Afinal, quem está mais certo sobre a sua personalidade: você mesmo ou os outros, que te vêem de fora, observam suas expressões, seus gestos mas não têm a menor idéia dos argumentos que permeiam cada uma de suas decisões?

Os textos desse blog refletem muito isso. Não é incomum uma Jones mandar pra outra os links e perguntar "o que você acha? Parece que estou muito...?" e daí o adjetivo varia de Jones para Jones. Lucy normalmente se preocupa em não parecer carente, deprimida, já que sua ironia nem sempre é evidente. Ariel, apesar da fama de durona, se apresenta como a pessoa mais romântica e apaixonada do mundo. Já eu constantemente pareço insensível. Talvez seja difícil pra quem só conhece uma faceta das Jones admitir isso, mas Lucy é muito forte, Ariel é super carinhosa, eu tenho meus momentos de fossa, Lana tem um lado sério e Lina é racional. Escrever o "Cuidado com seus desejos", por exemplo, foi uma tentativa de contraponto na minha seqüência de posts a la Sex and the City e, assim, amenizar esta imagem.

Por falar na série, tem outro teste que só comprova a teoria. "Quem é você em Sex and The City?" diz que sou Carrie e que meu lado cool disfarça minha insegurança. Verdade? Talvez. Mas é engraçado essa diferença de visão que temos da mesma pessoa e, principalmente, a visão que nós temos de nós mesmas. É lógico que a gente pode bater o pé e dizer que não, que os outros estão errados, mas a auto-análise é o primeiro passo pra nos tornarmos aquela pessoa que a gente pensa que é - e gosta. Por isso, continuando a série "Posts de final de ano", fica a pergunta do título: que animal você quer ser em 2008?

Monday, December 17, 2007

Tá na hora de escolher a calcinha

Escrever esse texto me dá até um arrepio. Clichê à parte, parece que foi ontem que Lucy mandou um e-mail desafiando todas as Jones a fazerem uma retrospectiva de 2006. Eram os primeiros meses do blog, a freqüência ainda era razoável e... nossa, é difícil demais comparar. Dois mil e sete foi um ano extremamente intenso. Essa certeza eu tive agora, ao reler meu próprio post, datado de 23 de dezembro. A lembrança da faculdade ainda era recente e o título, "o ano do pato", demonstrava que haviam sido 365 dias (completados depois) de pura experimentação. Nesse, ao contrário, intensidade foi a palavra marcante.

Intensidade essa dividida em três itens: trabalho, rugby e baladas. Se parar pra fazer uma auto-crítica, talvez pareça meio fútil. Mas acontece que os três elementos permearam todo o ano de 2007, em todas as áreas. E agora chega 2008, uma simples mudança de número que traz uma infinidade de novas esperanças, de novos planos. E correndo o risco de deixar - de novo - o meu texto grande demais, vou dar uma paradinha com um poema que adoro.

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número
e outra vontade de acreditar que,
daqui pra frente...
tudo vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade



Acho que ele resume bem tudo o que sinto. Desde pequena, aprendi que uma parte importante da virada é a reflexão, mesmo que superficial, do que aconteceu. Do que você fez, de bom, de ruim, de que tipo de pessoa está se tornando (idéia da eterna mutação). Do que você quis fazer e não conseguiu. Não fez porque mudou de planos, não se empenhou o suficiente ou não deu mesmo? Esses planos continuam para o ano seguinte? Quem marcou a sua vida nestes 365 ou 366 dias? Quando você lembra de tudo o que passou, quais os rostos que mais lhe vêm à mente? E com que sentimento?

Com base em tudo isso, traçava planos para o ano seguinte. Coisas que gostaria que acontecesse. Pequenos sonhos para o ano que está começando e que não necessariamente serão realizados. Mas é muito bom pensar que sim. Uma agenda inteira a ser preenchida. E com essas idéias na cabeça a gente cria ou participa de simpatias, rituais.

Na ceia, não pode ter nada que coma andando para trás, porque a vida vai andar pra trás junto. Galinha e porco estão proibidos. O melhor é peixe. Lentilha traz dinheiro, assim como a uva e a romã, mas essas duas só funcionam se comer de pé. Por falar em romã, não lembro direito quantos, mas sei que guardar alguns carocinhos da fruta dentro da carteira também era importante, assim como folhas de louro. Se você passar na praia, pule sete ondinhas. Cada uma pensando em um desejo. Na volta, ande para trás, não dê nunca as costas para o mar ou Iemanjá vai ficar brava. Ela, por sinal, recebe milhões de oferendas todo o ano e devolve para a terra aquelas cujos solicitantes não terão seus desejos atendidos. O resultado, infelizmente, são praias imundas no dia 1o, por isso, parei de jogar as rosas.

À meia-noite, a primeira pessoa a ser cumprimentada deve ser do sexo oposto. E a primeira vez que você entrar em casa tem que ser pela porta da frente e com o pé direito. Se quiser viajar, tire uma mala de dentro do armário e dê uma volta pela casa com ela.

As simpatias são divertidíssimas. É só você não se estressar demais em tentar cumpri-las e começar o ano brava - daí é melhor nem fazer. Uma não muito divulgada é de queimar defeitos - ou pecados. No último dia do ano você escreve o que você quer mudar em você mesma em um pedaço de papel. Cada defeito em um pedaço. Quando fiz, era meio gordinha e, assim como quem me ensinou a simpatia, escrevi "gordura" em um dos papéis. Mas também vale coisas mais complexas como insegurança, arrogância e por aí vai. Não há limite de papéis, mas sempre acho que quanto mais focado você for, mais fácil de atingir seus objetivos. Terminada a primeira parte, junte tudo em algum lugar e coloque fogo. A gente jogou na churrasqueira, mas hoje acho que seria muito mais legal queimar um a um, vendo tudo aquilo que te incomoda desaparecer devarzinho entre as chamas.

Sem defeitos, com a vida andando pra frente e feito um monte de planos, que venha o novo ano, guiado pela escolha certa da calcinha (texto abaixo).

Retrospectiva por cores

Entre todos os rituais de final de ano, um dos mais legais, exatamente por ser simples, é a escolha da roupa. A cor que escolhemos antes de sairmos de casa já mostra nosso ânimo. Não é à toa que às vezes você sai na rua e vê um monte de gente com a mesma cor que você. São pessoas que estão sob a mesma influência, mesmo humor, guiadas pelo tal inconsciente coletivo. Por isso, nada melhor do que na virada do ano você escolher qual cor vai predominar na sua vida nessa nova etapa.

Aqui no Brasil acostumamos a usar branco pedindo paz. Em outros países, o normal é o preto. Mas, debaixo da roupa, onde (quase) ninguém vê, cada um ostenta um desejo secreto. Um pedido delimitado por cores para o ano seguinte. O que você quer para 2008? Paz? Amor? Uma paixão? Prosperidade financeira? Saúde? Proteção? Às vezes, acontecimentos de final de ano podem distorcer sua visão do ano inteiro. Então, para descobrir o que faltou e fazer o pedido certo, nada melhor do que uma retrospectiva. A minha, vai aí embaixo:

Verde (saúde): No arraial do sítio, fizeram um altar pra imagem do Chrygor, mas melhor do que isso teria sido colocar uma bola de rugby ao lado das velas. Apesar de ainda não ter acontecido o milagre do nosso time fazer try em jogos oficiais, o poder da bola oval me fez por dias acordar às 6h da manhã pra correr no parque do Ibirapuera. Melhorei meu condicionamento físico. Fui pra academia e para treinos três vezes por semana. Participamos de três campeonatos, mais alguns amistosos, incluindo um de union. Passei da ponta para centro e terminei o ano jogando até mesmo de abertura, posição que faço toda a questão de devolver.

Amarelo (prosperidade): Se pelo esporte, virei secretária de Lucy, meses depois repeti a função no trabalho, como X-sistent. Tudo isso toma tempo e vicia. Me enfiei de cabeça no trabalho. Minha pulseira amarela caiu e eu não fui pra África. Em compensação, além do emprego de sempre, em que troquei os plantões de final de semana por serões constantes, foram frilas (de jornalismo e publicidade) e toda a infinidade de textos. Intensifiquei meu currículo como repórter. Cara de pau ao extremo, entrevistei até em italiano, que há anos não falava. Por um tempo, o blog também ficou agitado. Nessa brincadeira de querer abraçar o mundo, até pagamento em almoço ganhei.

Branco (paz): conceito relativo esse. Como bem definiu meu irmão, só duas pessoas nesse mundo conseguem me deixar nervosa. As duas, da família. E essa história de mudar de casa - e passar ainda menos tempo nela - acentuou as crises por um tempo. Depois, tudo resolvido. Nicks como "você não gosta dessa casa, né?" ou "é tudo culpa da parede" eram comuns no meu msn. Aliás, seria ótimo fazer uma retrospectiva só com base em nicks de msn. Fora do ambiente familiar, apesar deste ano não ter arrumado encrenca em balada (pelo menos não muita), nem apontado as pintas de meninos mal educados, confesso que tenho me irritado mais freqüentemente.

Preto (proteção): 2007 voltou a ser um ano de perdas. Perda, no singular, mas de grande importância e que mostrou o quanto é bom termos as pessoas queridas (amigos e família) sempre ao lado. O meu chaveiro de amuletos chegou ao fim quando o coração se desfez. O de olho grego, dado pela minha mãe, caiu inteiro e de uma vez - fato que tem se tornado comum entre as Jones.

Rosa e vermelho (amor e paixão): na área dos relacionamentos, uma intensidade diferente, houve alguns começos sem nenhum fim e um fim que não teve um começo de verdade.

Azul (tranqüilidade): nessa, a situação foi ainda pior e a cor azul terminou em déficit. A fama de baladeira se alastrou, juntamente com as olheiras que tomaram pouco a pouco conta do meu rosto. "Se me mato de trabalhar, me mato na diversão também". No começo do ano saí por escola de samba e ganhei o carnaval - mesmo que não tenha sido pela X-9. Em compensação, entrevistei o carnavalesco, simpaticíssimo. Fui pro meu sexto e último Juca como atleta, após dois anos como ex-aluna. Nas festas, até de menina-flor fomos, numa fantasia única, mesmo com chapéu roubado.

Na hora de pensar em tudo o que esse ano foi, bate uma certa tristeza, uma saudade antecipada de tudo o que 2007 foi e de tudo que ele poderia ter sido. Esse texto em si não tem muita razão de ser. Uma auto-reflexão publicada. No fim, serve como agenda, em que contamos tudo o que foi feito e tudo o que não foi feito. Vários textos que pensaram em ser escritos e nunca saíram do rascunho. Festa de um ano do próprio eraumavez, festa de um ano do rugby. Coisas que ficaram e que vão ter que ser compensadas no ano seguinte. Conclusão mesmo, não cheguei a nenhuma. Não lembro da cor usada nem do que pedi no ano passado. Mas acho que é até melhor assim. O legal é curtir as possibilidades naquele momento da passagem. Depois, se os pedidos foram realizados ou não, é insignificante. O que importa é que tenha sido um ano bom.

Wednesday, December 12, 2007

Monólogo inútil

Acho que ele tem namorada. Só pode né? Some, depois reaparece rapidamente e me liga pra gente sair só durante a semana. No aniversário, disse que não sabia se ia comemorar e me chamou pra sairmos outro dia só nós dois. Ou seja, mesmo que ele dê uma festa não vai me chamar. Não pode me apresentar. Se bem que se fosse comigo, também não ia apresentar pros meus amigos sem ter nada. Ah, que ridículo, apresenta, paga de namorandinho e na semana seguinte acaba. Nem se ele me chamasse eu iria. Pelo menos não nessa condição.

A gente se conheceu num sábado. Ele me ligou na segunda. Tá interessado, né? Mas depois sumiu. Tinha o tal problema do TCC, mas não sei. Assim que acabaram as provas marcamos de sair, mas não deu certo. Problemas com trabalho. Isso acho que foi verdade. Ficamos conversando até as 20h e ele ainda estava no escritório. Daí eu que não atendi o telefone. Esqueci, de novo, dentro da bolsa. Coitado, ficou esperando. Ah, mas também... duvido que fosse dar certo. Já tava tarde. Então ele jogou alguma coisa como "durante a semana é complicado". Trabalho, trabalho, trabalho... ah, gente workaholic. Por que ele não é igual todo mundo que trabalha das 8h às 17h? Bom... meus happy hours nunca começam antes das 21h. Quase 12 horas por dia dentro de uma salinha. Daí, lógico que no final de semana tenho que sair, desestressar, não dá pra ficar esperando um convite em cima da hora. Se ele não acontece, vou ficar em casa, morgando? Ver Zorra Total é estar a um passo da decadência. No máximo, ouvir de fundo, sem prestar muita atenção, enquanto se arruma. Ficar em casa também pode ser, mas daí tem que ser um plano mais elaborado, filminho... enfim, tudo combinado com antecedência. Seria muito mais fácil ser uma mulher-namorada, acostumada a ter uma vida mais leve. Meu pai me disse outro dia que estou me acabando. Que exijo demais de mim mesma e que um dia o corpo vai cobrar. Pode ser, mas é melhor assim.

Pensando bem, acho que um dia eu comentei que pra mim era complicado de sábado e domingo, que era melhor durante a semana. Que bonitinho, ele lembrou! O problema é que nem todo mundo agüenta esse ritmo. Talvez aquilo fosse uma deixa pra gente combinar algo no sábado. É, acho que ele não tem namorada, ou ela ia estar viajando. Não, chega de paranóia. Eu, tonta, ouvi aquilo e não ofereci da gente sair no final de semana. Quem sabe da próxima. Mas, também, podia ele ter perguntado né? Se fosse comigo... ai... se fosse comigo eu ia ter certeza que eu tenho namorado.