Saturday, April 28, 2007

Que graça tem o círculo?

de volta ao blog

Já faz muito tempo que enrolo pra escrever de novo. E olha que não posso nem reclamar de falta de tempo. Nesses... provavelmente meses que fiquei longe do Era Uma Vez até falta de internet teve no trabalho - e se tratando de um site de notícias isso siginifica que fiquei sem ter o que fazer. Também não posso reclamar de falta de baladas. Elas existiram. Só eram... perfeitinhas demais.

Eu, Lana ou Lucy já escrevemos uma vez sobre a balada perfeita. Mas quem leu o texto deve se lembrar que ela foi perfeita: 1 - porque conhecemos jogadores de rugby (e percebemos que era o destino nos chamando pro jogo) 2 - porque acabamos em uma outra balada ainda mais louca que a primeira 3 - porque nada foi como o planejado. Essa é a graça de tudo. Com baladas, amores, histórias em geral.

Li no orkut de um amigo, na parte de relacionamentos, que a mulher ideal para ele é uma mulher imperfeita. Comecei a dar muita risada e achei aquilo "lindo", como diria Lucy. Agora, explicando esse título bem estranho, vai uma analogia mais esquisita ainda, daquelas que eu devia ter vergonha na cara e editar enquanto ainda é tempo, mas que se eu não postasse ia ficar com aquilo na cabeça, então além de escrever, quase desenho.

O círculo é a figura geométrica mais perfeita que existe, inteiramente proporcional. Porém, não encaixa em nenhuma outra. Enquanto losangos, trapézios e afins se unem em suas arestas, o círculo se basta. Para isso é só lembrar do Tangram, aquele jogo japonês de montar desenhos com sete figuras geométricas, sendo que nenhuma delas é um círculo. Acho que não é preciso me alongar muito mais. A experiência própria fala por si só - não sei quanto aos homens, mas qualquer menina com mais de 10 anos já percebeu e tem alguma história para contar de quando um defeitinho ou outro chega até a ser um charme.

Agora, voltando ao assunto principal, a balada funciona do mesmo jeito. Nesses meses todos fui junto com várias Jones no desfile da Mocidade, encontros na casa da nossa querida pilar, uma festa à fantasia, um lugar onde o flashback contagia pessoas de 25 a 50 anos, botecos mais tranqüilos, agitados e muito mais. Todas muito boas mas sem algo de diferente pra se contar (com raras exceções, como roteiro de carnaval que fiz com a Lana, mas esse passou a época).

Mas então eis que na quarta-feira pré-Páscoa Lana (sempre Lana rsrs) me chama pra uma balada de psy, coisa que há muito tempo não ia. Já na fila conheço uma das personagens da época de faculdade, uma figura cujo filme favorito é o de um homem que passeia pelo centro da Terra dentro de uma bolha, se alimentando da árvore da vida. Pra piorar (ou melhorar) essa teoria não é só somente obra de admiração. Anos antes da tal obra-prima cinematográfica ser lançada, ele mesmo já tinha escrito um livro inteiro sobre a existência da tal planta miraculosa, que parece feita de bolo de capuccino.

Depois de muito tempo na porta, meia double catuaba e música boa ajudaram a trazer de volta a empolgação. A aula de psy de Lana Banger então, maravilhosa. Nunca tinha reparado a existência de barulhos de morcegos e de risadinhas escondidos no dark psy e... no outro que eu não sei o nome.

Em certo momento a perspectiva muda. Impressão ou não, já começava a achar que as pessoas não eram tão alternativas (o tal "povo de corrente" que nossa amiga tanto abomina também marcou presença). Até que, de repente, bebendo um líquido quase tão brilhante quando as faixas fluorescentes que decoravam o lugar, aparece a segunda figura da noite.

Empolgadíssimo, o cara grande e desengolçado dançava levantando o joelho até o peito. Em um dos momentos passou a imitar uma locomotiva, puxando a cordinha e tudo. Não é demais relembrar que isso acontecia dentro de uma casa noturna da Vila Olimpia. Mas a felicidade dele era tanta que até as duas Jones entraram na brincadeira - queria ver receber um tackle correndo com os joelhos levantados daquele jeito.

Como era apenas quarta-feira, fomos embora cedo. Pela mesma porta em que saíamos, outras pessoas entravam. E a balada que estava longe de ser perfeita se tornou memorável, tão especial quanto aquela mancha de tinta toda torta, que em nada se parece com uma bolinha perfeita, mas que em momentos de distração a gente fica horas admirando, tentando relacionar com uma estrela, um palhaço, ou qualquer outro objeto conhecido.