Tuesday, July 22, 2008

Primeiro dia na escola, mas nao de aula

No primeiro dia todo mundo chega atrasado. E na minha folhinha, não tinha nem ao menos o horário de início das aulas. Dizia somente pra eu ir até o centro de estudos internacionais. E isso no dia 12 - sábado - e hoje era dia 21, segunda. Portanto, o compromisso com o horário, que já era pequeno, se tornou nulo.

Eram sete e vinte quando eu finalmente resolvi levantar. Hoje, acordei às 6h, ainda vítima do fuso horário.

Logo no primeiro dia, depois de muito passar frio, resolvi dormir. Não sei que horas eram, mas possivelmente umas 9h da noite, quando ainda tava assistindo tv com minha homestay e o namorado. Algumas horas depois, acordei no meio da noite com uma vontade imensa de fazer xixi. Então, não consegui mais dormir. Ouvi um passarinho cantando, aqui, atrás da minha janela. Em seguida, um avião passando. Depois de mais uns passarinhos, ouvi o apito do trem. Por fim, começou a clarear e eu perdi o sono de vez. À noite, antes das 22h, eu já tava podre. Daí, pra parar com isso, hoje fiquei enrolando até demais. Na hora de sair, minha homestay disse que tava atrasada. Eu disse que não sabia se estava hoje, mas que eu tô sempre atrasada. Ela ficou toda feliz. "Oh, so you are just like me!!!" e saiu correndo.

Já na escola, fui levada até uma sala onde tava terminando a apresentação do curso. Depois, prova: redação e entrevista. A entrevistadora adorou meu livro, como ela mesma chamou. E isso que eu nem escrevi tanto. Já na hora da entrevista, algumas engasgadas e, por isso, não sei em que nível estou. Conversamos por cerca de cinco minutos, uma falando mais rápido do que a outra. Ela pra me testar, ver até que ponto ia o meu entendimento, e eu porque é o normal mesmo.

Depois do coffee break com uns muffins de chocolate muito bons (o povo daqui adora muffins e eu adoro os muffins deles), fomos fazer um pequeno tour pelo campus. Fui liberada pouco depois do meio-dia e tinha combinado de me encontrar com minha amiga só às 5h da tarde. O celular dela tava sem bateria e a tomada do carregador não serve pra cá, então não tinha nem como desistir.

Como minha casa fica a uns 10 minutos de caminhada do trem e o trem demora mais uns 15 minutos em média pra passar, resolvi enrolar pela cidade. Logo que saí da estação fui até o centro de informações pra turista e perguntei sobre algum café com acesso a internet. O cara me indicou um lugar, mostrou no mapinha, me deu esse mapinha, mas eu me perdi do mesmo jeito.

O centro de Perth é muito cheio e muito movimentado. Parece mesmo o centro de são Paulo, só é menor. E daí, como tava perdida, passei a perguntar por qualquer internet cafe. De indicação em indicação, rodei mais de duas horas com a mala do note no ombro. Meu pé tava doendo, eu já tava xingando todo asiático que via pela rua (só na minha escola tem milhões deles, ou adolescentes com aquele monte de tranqueira tecnológica ou caras mais velhos querendo cidadania, tipo um cozinheiro malasiano que eu conheci), toda lan house pra que me mandavam e todo restaurante chinês ou coreano ou tailandês que tem a cada esquina em um dos bairros daqui. Até que resolvi entrar em outro centro de informações para turistas. No andar debaixo, não tinha ninguém. Subi e lá a japinha (essa do Japão mesmo, que eu perguntei) disse que toooodo o centro da cidade tem internet grátis. Ela mesma tava usando internet banda larga, mas não pagava por ela.

Eu fiquei indignada de ter rodado tanto à toa, contei a história pra menina, simpaticissima, por sinal, peguei uma cadeira e testei na hora, pra ter certeza. Entrou!!! Mas daí precisava fazer um cadastro rápido, eu desisti. Preferi voltar até o shopping e comer alguma coisa em qualquer café, já que todos eram internet cafe e nem sabiam disso. Voltei, achei um café bonitinho, paguei 17 dólares por um sanduíche no croissant, um muffin e um chocolate quente, mas tava feliz. Tentei acessar e não entrou. Depois de três tentativas, todas frustradas, apareceu o aviso de falta de bateria. Fiquei puta, desliguei o bicho, coloquei na mala e comecei a pensar o que faria nas duas ou três horas que faltavam pra encontrar minha amiga.

Eu não aguentava mais andar, e enquanto pensava em demorar o máximo possível pra terminar a metade do chocolate quente e do muffin que faltavam, vi a mochila cor de rosa dela entrando no shopping, ali bem na minha frente. Eu pensei em gritar, mas ela tava muito longe e eu dentro do café. Então, virei a metade do copo que faltava de uma vez só, agarrei o resto do doce e saí correndo, esbarrando nas pessoas e derrubando meu guardanapo. Consegui encontrar com ela, que não teve aula hoje e estava rodando desde as 9h da manhã. Já tinha conhecido todas as lojas do shopping, ido até Fremantle de trem e voltado e por fim estava em dúvida se pegava o trem de novo ou se comprava um livro.

Durante as duas que tivemos antes das lojas fecharem (ou seja, se a gente se encontrasse às 17h não íamos conseguir fazer nada), a gente passou na farmácia duas vezes, uma pra cada uma, comprou um adaptador e um transformador de energia pra ela; comparamos os celulares e por fim compramos um, igualzinho, já que é o único que pega Skype.

Enquanto a gente conversava e fazia graça com a câmera do celular, descansando na pracinha, chegou uma menina perguntando se a gente tava procurando emprego. Eu dei risada e disse que ouvi que era fácil encontrar emprego em Perth, mas que nunca pensei que alguém fosse me abordar perguntando se eu tava procurando. Mas o emprego não era tão legal. A princípio, achei que fosse. Ela trabalha pruma agência ligada ao Greenpeace, mas você tem que parar as pessoas no shopping e pedir dinheiro. Se você consegue, ganha uma comissão. Além do fato de eu detestar arrecadar dinheiro, se estivesse doando pra uma instituição, não ia querer que a pessoa que veio me procurar ficasse com uma parte do que estou doando, então desanimei antes mesmo de saber que meu horário de escola impossibilitava a brincadeira.

Conversei mais um pouco com minha amiga e voltei pra casa. Combinamos de nos encontrar na quarta-feira só. Ela só tem dois dias de aula e amanhã é o mais pesado dele. Já eu estou louca pra entrar na internet e habilitar meu brinquedo novo, daí falo de graça a qualquer momento com todo mundo, já que eu percebi que internet sem fio banda larga é um pouco mais complicado.

1 comment:

Lucy Jones said...

Preguiçosaaaa!!! Da próxima vez, faz o cadastro!!!

É, eu sei... vou instalar o skype no computador lá de casa... daí tentamos nos falar... (é, preguiçosa, eu sei!).

bjinhos
(saudade!)