Thursday, August 16, 2007

A luta pra chegar no 8

Não é que eu não me importo com as pessoas... acho que eu simplesmente sou aérea demais para demonstrar. Além do que, essa coisa de se abrir às emoções caaaansa...

Quando Lucy disse que buscava algum evento que a tivesse feito ficar "desse jeito" eu respondi imediatamente: "o meu motivo é fácil, a mídia", o que provocou gargalhadas dos dois lados. Mas, pensando bem, por mais que todas as minhas heroínas da infância sejam mulheres independentes, seguras e até insensíveis (é só pensar na maioria dos desenhos dos anos 80), isso tem mais a ver comigo do que com os personagens que tanto admirava.

A questão é a seguinte: mudar de humor demanda um esforço muito grande. As pessoas, por definição, buscam a felicidade. Então, em estado natural, é mais fácil você ver uma pessoa feliz do que brava. Para ela ter mudado de humor, algo aconteceu. E no caso de uma pessoa teimosa, não existe aquela coisa de ficar brava por cinco minutos e depois passar. Às vezes, você não agüenta mais o clima ruim, mas nunca que vai dar o braço a torcer. Voltar ao normal significa que o motivo pra você ter ficado daquele jeito não foi tão forte e que, portanto, você que estava errada em ter se exaltado. Enfim, hipóteses inadmissíveis.

Durante anos eu passei por isso. Não admitia que era teimosa. Simplesmente era justa. Se eu estava certa, não tinha porque ceder e, não, isso não era teimosia. Até que uma época, não lembro quando ao certo, assumi que sou uma taurina de verdade, daquelas que dá cabeçada até depois da porta ter caído, e comecei a administrar o meu próprio humor.

Uma das coisas mais gosto é argumentar e, portanto, sei que se entrar numa discussão e a vitória não for minha, vou ficar brava e vai me doer muito dar o braço a torcer. Na verdade, mesmo se eu ganhar ainda vou ficar com aquele orgulho me corroendo, louca pra contar pra alguém como "acabei" com tal pessoa. Mas, graças aos céus, isso é passado. Depois de - assim como Lucy - perder alguns amigos por palavras duras demais (embora as minhas fossem de verdade), passei a evitar discussões desnecessárias e só entro em conversas que sejam filosóficas demais para ter certo e errado. Nas outras, ouço, pontuo, mas não abraço mais pontos de vistas que pouco vão mudar minha vida. Discutir cansa. Cansa você ficar brava e cansa mais ainda voltar a ficar feliz, então vamos cortar etapas.

O problema é com isso a gente fica mais insensível... como 'ficar triste dá trabalho', nem penso em me abalar a não ser que seja por algo importante e mantenho meu (bom) humor natural e constante, sem picos de alegria e tristeza. Deixo de brigar, mas também deixo de dizer que gosto. Por fim, deixo de ver que, de vez em quando, as pessoas precisam de um pouco mais de atenção, por mais meloso que isso seja.

O lado bom de tudo isso, e talvez o real motivo destes post, é que melhorar é possível. Depois uma bronca, passei a colocar um "você quer ir?" quando respondo às amigas que, sim, já sei o que vou fazer no final de semana - o convite, pra mim, sempre esteve implícito, elas que não entendiam. Ainda não é suficiente, mas, segundo a minha eterna despreocupação, já é um começo.

2 comments:

Lucy Jones said...

Nossa... dá pra escrever outro texto pra falar do seu texto! rsrs

É, amiga... teimosa eu tb sou! Vc bem sabe... Quando eu quero... eu quero! Mas talvez eu seja mais decidida que teimosa... pq mudo mais fácil quando sou convencida (se sou convencida).

Mas, apesar de insistir muito... sempre... quando eu me canso... já era! E concordo... as pessoas inconstantes cansam a gente...

taí... por isso nos entendemos tão bem! rsrs

bjos!

Fábio said...

Já comentei bastante estes posts com a Patty... mas acho que precisava colocar aqui.

Não acho que você, simplesmente, não se abra a sentimentos. Só que seus sentimentos funcionam de forma diferente. Acho que posso dizer que, por muitas vezes, você já demonstrou seus sentimentos para mim. Se entregar aos sentimentos (como eu e a Lucy fazemos - e bastante) é outra história. Nós, em certos momentos, acabamos sendo carregados por eles, como em um "stage dive", nos jogamos sobre eles... Corremos um sério risco de cairmos (o que acontece bastante).

Como já falei bastante para você, ter uma dessas paixões destruidoras é ótimo. Mas deixar paixões te destruirem o tempo todo, é horrível.

Bom, já me alonguei até demais. Patty, continue se entregando aos textos, como você têm feito bastante. Lucy, se você descobrir uma forma de sofrer menos e ainda ser intenso, me avise. Hehehe...

Beijocas, meninas...