Wednesday, September 23, 2009

Fada Madrinha

Certo dia, já em Melbourne, fiz um daqules testes (bobos, mas que eu adoro) do Facebook e uma das perguntas era se eu acreditava em fadas madrinhas. Pensei bem e não sei se respondendo como uma personagem de livro (objetivo do teste) ou como eu mesma não consegui achar outra resposta que nao "sim, elas existem".

Fada madrinhas são diferentes de anjos. Há muito tempo falo que o mundo está cheio de anjos. Anjos podem ser desde um cara que te ajudou a encontrar o caminho certo às 3h da manhã a alguém que, vendo a sua pressa, te deu uma carona em vez de simplesmente dizer onde era ponto de ônibus mais perto. Na Austrália, conheci vários anjos. Posso até mesmo dizer que a senhora com quem morava em Townsville era um anjo pra mim e talvez eu, um pra ela. Em resumo, anjos são pessoas normais que, por algum motivo ou outro, naquele momento te ajudaram, fizeram uma boa ação, às vezes mesmo que sem perceber. Já com a fada madrinha a história é diferente. Ela realmente se empenha pra te ajudar, essa é a missão dela dentro da história. E eis que, uma semana depois do tal teste, a minha fada madrinha, que já existia, tomou forma.

Fadas madrinhas não precisam ser baixinhas e gordinhas, mas a minha era. Elas não precisam, muito menos, ter cabelo branco, mas a minha tinha e isso só contrastava ainda mais com aquele batom vermelho que ela usava. Pra falar a verdade, ela parecia a feiticeira da Pequena Sereia. Mas como essa história é de Patty Marie, não de Ariel Jones, a minha feiticeira era realmente boazinha e, mesmo sem pegar minha linda voz como moeda de troca, me ajudou a realizar os meus desejos - o que, naquele momento, significava aproveitar da melhor forma os poucos dias que teria na Nova Zelândia antes de chegar em casa.

Conheci aquela senhora na rua, em frente à estação de trem de Melbourne, no momento em que cheguei de Sydney. Apesar de ter todas as indicações anotadas, resolvi perguntar, só pra ter certeza, onde ficava a tal William Street. Nos dez minutos entre uma estação de bonde e a outra, ela me contou que era da Nova Zelândia e eu contei que era para lá que estava viajando. Como ela nao ia a Auckland há muito tempo, na hora sacou o telefone de um amigo antigo, jornalista.

Alguns dias depois, me mandou um e-mail. O tal amigo estaria em Melbourne a trabalho e foi finalmente num café da manhã armado por ela que decidi meu roteiro. Duas horas de conversa sobre tudo o que existe nas ilhas norte e sul, além de algumas dicas sobre Fiji, onde ele também tinha morado, e meu roteiro estava feito.

Nós duas ainda nos vimos uma vez antes de partir. Foi num almoço, sempre às custas dela, como presente de despedida, e mesmo depois continuamos a nos falar por e-mail. A fada madrinha tem sonhos de viver na Espanha, curtindo um descanso merecido. "Se eu já morasse lá você poderia me visitar e fazer da minha casa a sua base para viajar pela Europa".

O problema é que pra isso ela diz precisar de muito dinheiro, o que pode ser um dos incentivos para a fezinha que faz de vez em quando. No mesmo dia em que nos encontramos, ela ganhou uma rifa de AUD$ 190. Pra mim, resultado da bondade e energia positiva que cultiva. Mas em contos de fadas, magia também é relativa. Enquanto eu falo da minha fada madrinha para os meus amigos, ela fala para os dela sobre lovely Brazilian girl que conheceu na estação de trem.

"Ter te conhecido foi uma das melhores coisas que me aconteceu ultimamente. Você me traz sorte!", disse ela, mas poderia ter dito eu.

2 comments:

Anonymous said...

Adorei!!! esta estória tem a sua cara. bjnhos

Anonymous said...

Bru, esta anonima do comentario anterior, sou eu, a mama, viu?

bjnhos