Tuesday, June 16, 2009

Asas pra quem não tem cabeça

Na mesma semana em que comecei a tomar os tais Vs (post abaixo), uma mulher morreu por overdose de Redbull.

Tá, eu tô simplificando, não foi bem assim. Mas uma garota de 28 anos, não sei se australiana ou não, porque só ouvi a notícia e os debates no rádio, morreu depois se alimentar durante oito meses só de RedBull e Honey Puffs, uma marca de cereal pra criança.

A mulher, que sofria de obesidade, descobriu que RedBull tirava apetite. Graças à essa dieta maluca de cerca de 14 latinhas por dia (!) ela perdeu 60 quilos (!) nesses oito meses, mas acabou morrendo de ataque cardíaco. Coitada, não vou nem julgar porque isso é doença, mas o mais engraçado é que ninguém percebeu o que ela tava fazendo até ela ter sido levada pro hospital a primeira vez.

O perigo não era novo. Pela minha caixa de mensagens já tinham passado alguns e-mails sobre "o verdadeiro drink do inferno", a respeito dos malefícios de RedBull e cia, mas eu não me incomodava porque não tomava. Em Perth, mesmo detestando o gosto, bebia por motivos práticos. Quando trabalhava na balada, meu chefe me oferecia 5 minutos de intervalo pra tomar um RedBull. Nesse tempo exato de tomar a latinha eu podia ficar do lado de fora, respirar e descansar um pouco os ouvidos. Se não quisesse beber, não tinha desculpa pra sair. Como depois disso eu ainda trabalhava mais umas quatro horas e voltava a pé pa casa antes de dormir, só fui perceber o efeito do negócio quando realmente precisei das tais asas prometidas pelo comercial.

Daí, como alternativa à taurine e por influência dos meus roommates - uma de SC e outro que adora café - virei fã de chimarrão e até passei a colocar uma colher de sopa de café no meu copo de leite com Nesquick. O meu corpo que estava acostumado só com chocolate respondeu na mesma hora, o que me fez pensar em concordar com nossa querida eterna-loira-quase-Jones, que me comparava ao tal esquilinho de "Os Sem Floresta". Segundo o raciocínio dela, tanto eu quanto o esquilo não podíamos tomar café nem energético por que éramos agitados naturalmente. Até então eu rejeitava enfaticamente a teoria porque, além de nunca ter sentido nada com energético, conforme fui descobrir depois, o esquilinho é muito, mas muito idiota.

Mas eis que naquele último dia, antes da prova, possivelmente sem precisar, eu voltei ao energético. Estudei tudo o que precisava e quatro horas depois resolvi dormir. O problema e que só eu resolvi. A minha cabeça, não. Fiquei na cama, tentando relaxar por mais de meia-hora, o que parece pouco, mas consumiu 1/8 do meu sono daquela noite.

No fim, pode-se dizer que aprendi uma lição: passarinho voa e esquilo engorda. De nada adianta dar nozes a quem não tem dentes ou asas pra quem não tem cabeça.

Quanto a mim, melhor voltar ao chocolate.

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