Sunday, March 15, 2009

Excesso de bagagem

Último dia de viagem. Como fui uma boa menina e fiz tudo direitinho, ganhei um quarto só pra mim no Hostel. Que bom, se não fosse isso, meus momentos finais poderiam ter sido ainda piores do que foram.
Já passava das duas quando fui dormir, depois de reorganizar duas malas enormes, só com coisas da minha irmã. É, em pouco mais de meio ano, ela comprou meia Alemanha. E pior, não tem a menor vocação pra arrumar a mala.
Antes das três, o telefone tocou:
- To desesperada, não consigo arrumar a mala. Vem pra cá agora.
- Mas que horas são, não tem transporte.
- Então vem às cinco, quando abrir.
- Ok.
Poucos minutos depois, quando comecei a ter de volta a minha consciência, o sono já havia ido pro saco, percebi que não fazia sentido invadir a casa das pessoas, sem avisar, às 5 da manhã. Eles iam achar que eu tinha dormido escondido lá. Dessa vez, quem ligou fui eu.
- Alô, não vou entrar mais não. Guarda tudo o que conseguir na mala, o que sobrar coloca em sacola de compras e eu passo aí e trago pro hostel.
- Mas não vai caber, precisamos comprar uma mala nova.
- Não dá ... Já temos quatro malas de rodinhas e duas mochilas.... Não temos mais mão pra carregar.
- Ta bom.
40 minutos, dois trens e um longa caminhada subindo a montanha, cheguei à casa dela. Era mala e sacola que não acabava mais. Sai correndo, empurrando tudo pra não perder um ônibus. Linha única, subia e descia o bairro. Se o perdesse, tinha de esperar 40 minutos até ele completar outra volta.
Depois o trem, e outro trem. Tinha baldeação no hostel também. Descia até o terceiro andar, percorria um longo corredor, e pegava outro elevador, desta vez até o sexto.
Joguei tudo lá, e parti outra vez para o bairro... Dessa vez, além da bagagem, ela veio junto. Chegamos ao hostel por volta das 07:30. Às 8, ela tinha de estar no aeroporto. Impossível. Abri correndo a mala de mão e tentei reorganizar e encaixar o que pude. Ela levou as malas que já havia arrumado durante a noite, e também essa da bagagem de mão. Fui com ela até a estação central, pra ajudar a carregar a carga, e voltei correndo até o hostel. Meu vôo só saia às 15 horas, mas tinha de fazer check out até 10 da manhã... E já passava das 9 e meia quando cheguei de volta.
O quarto estava de cabeça pra baixo. A quantidade de roupas e lembranças era absurda pra uma única pessoa. As malas já estavam superlotadas, e superpesadas, porque também tinham livros de moda e afins... Aqueles bem grossos, de capa dura.
Guardei tudo o que pude nas malas, na mochila e na minha bolsa e, todos os presentes, coisas quebráveis, etc, foram pra um sacão enorme de pano (estilo sacoleiro mesmo), daqueles pra por roupa pra lavar. Todo colorido, cheio de palavras como laundry, clothes. Um mico. Pra completar, ainda tinham dois casacos enormes e, pasmem, um guarda-chuva que minha irmã me implorou pra levar.
Tentei sair do quarto mas demorei 5 minutos pra conseguir fazer as malas se mexerem. Fiz check out com meia hora de atraso e, transpirando mesmo de camiseta, em um frio de 3 graus.
Fiquei com os dois joelhos roxos de empurrar uma das malas com eles, a porta do trem fechou em cima de mim e prendeu a minha mão e, claro, quebrei alguns dos presentes da sacola. Perdi as contas de quantas vezes prometi matar a minha irmã.
Depois que consegui despachar as bagagens e fiquei só com a bolsa de sacoleiro (superpesada), a mochila, a minha bolsa e dois casacos... Ah, e o guarda-chuva.

1 comment:

Patty Marie Jones said...

Ahhhh foi ai que vc se escondeu entao? Tava pensando hj mesmo "cade a minha amiga q nunca mais deu noticias?" Conta mais, conta mais!!!

Bjinhs