Friday, June 01, 2007

Superação

"Alguém se habilita a falar sobre superação?"
Não pude recusar a sugestão da Patty Mary Jones, minha irmãzinha querida.
Além do mais estou em dívida com o blog, só escrevi um único texto. E nesse tempo aconteceram tantas coisas.
E de pensar que tudo isso começou do fim.
No fim do meu relacionamento com a pessoa que mais amei na vida (amor de homem/mulher, não de mãe/filha). Para ele, uma decisão nossa. Para mim, completamente dele. Simplesmente não agüentou barra e foi pelo caminho mais simples. Ou vai dizer que é mais fácil resolver um grande problema do que simplesmente eliminá-lo?
Os homens são muito mais fãs da praticidade. Se não funciona, o caminho é dar um tempo. Eu, pelo menos, nunca desisto de nada. Tenho essa visão ridícula e romântica de que, quando se ama de verdade, sempre há uma solução.
Lembranças, sonhos, desejos, carências, tristezas profundas e a crença de que o nosso lugar não era longe um do outro. Acho que é por isso que sofri tanto e por tanto tempo. Mas quando as pessoas deixam de se amar, elas também deixam de se preocupar com as palavras ou gestos. Magoar o outro não incomoda tanto, passa a ser uma espécie de diversão voyerista do sofrimento alheio. E um bom remédio para o ego. O que afasta cada vez mais um do outro.
A gente ter se conhecido na hora errada? O caminho é dar um tempo até a hora certa chegar? O momento certo é a gente que faz.
Mas como esse texto é para falar de superação e não de sofrimento, eis meu turning point.
É um trecho de uma música da Cássia Eller. "Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre acaba". E ela tava certa. Amigos, família, todos falam. Mas é a gente, sozinha, que se dá conta de que a esperança só existe se ela for alimentada. E que a decisão de alimentá-la é completamente pessoal.
E não é que o sol volta a iluminar nossos dias?!
De repente as lágrimas secam. De repente cai a ficha de que a vida é muito curta para gastá-la sofrendo, e que tem tantas coisas boas pra gente descobrir, tantos sentimentos... Simplesmente não podemos perder tempo com sofrimentos.
E tudo volta a ser simples, as pequenas coisas voltam a trazer o sorriso, as pessoas queridas, aquelas que a gente sabe que nunca vão nos deixar, são ainda mais queridas. Que bem faz a vida!
Um abraço carinhoso de um amigo já é suficiente para percebermos que não estamos abandonadas no mundo.
No primeiro olhar do sexo oposto, dúvida, insegurança, até um pouco de vergonha. "Ah, acho que estou enferrujada". Mas como é bom correspondê-lo.
E depois de tanto tempo, um beijo, um abraço, um carinho...
A vida é boa demais para sofrermos tanto.

4 comments:

Lucy Jones said...

Se você acha que tem uma visão ridícula e romântica... somos duas! rsrs

Ah como é bom saber que tem mais pessoas pensando como a gente!

bjos!

Patty Marie Jones said...

Você não sabe o quanto eu fiquei feliz ao ver você se disponibilizando a escrever sobre o assunto. Quando li o texto e vi um final feliz então, mais ainda!

Já falei pra vc mais de uma vez, mas não faz mal repetir. Às vezes. só às vezes rsrs, eu queria ter um pouquinho dessa visão de você e da Lucy.

Brigada por ter atendido ao pedido tão rápido.

Bjinhs

Anonymous said...

Um brinde à vida...e à volta dos olhinhos brilhando de certa amiga baranga...rs

Fábio said...

A superação é quando você pára de chorar por ter perdido o outro, e o outro começa a chorar por ter percebido o que perdeu.

Só um detalhe importante: a música é da Legião Urbana...

Beijos,