Saturday, June 02, 2007

Enfim, o aniversário!

Dizem que inferno astral é um mês antes do seu aniversário. Acho que o meu se confundiu e veio depois. Há quase 30 dias enrolo para concluir e postar esse texto, mas agora vai. Aos meus amigos queridos que me mandaram scrap de aniversário, não se sintam rejeitados. Antes de apagar as velinhas de novo eu juro que respondo um a um.

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Na hora de elaborar o convite, atrasado como tem sido a maioria das coisas ultimamente, veio a dúvida: duas festas, como fazer para que as duas sejam legais e a divisão não fique estranha? Toda vez em que fiz mais de uma comemoração, como no ano em que foram quatro, sempre tinha aquela que era a mais legal. Por isso, já tinha resolvido fazer uma festa só, no sábado. O problema é que, como meu irmão resolveu tocar na véspera, não podia deixar passar a oportunidade.

Para resolver, até pensei em chamar metade para sexta e metade para o sábado, mas esse meu estilo laissez faire (como bem escreveu um amigo), ou simplesmente desencanado, me impede de tomar decisões pelos outros. No fim, o email ficou desse jeito, variando um pouco conforme o grupo:

"Meninos, eis que meu aniversário chega outra vez. Por isso, tenho mais uma desculpa pra ver meus amigos tão queridos, juntamente com seus amigos, acompanhantes e afins (resumindo, levem quem vcs quiserem). Neste ano vão ser duas festas:

Dia 4, sexta-feira, é o aquecimento, com parabéns só a partir da meia-noite, no Riveira Bar. Lá será mais fácil de conversar e vocês podem conhecer o In Flow (banda do meu irmão, que toca rock nacional, mais voltado a Barão Vermelho do que a CPM).

Dia 5, sábado, é a festa oficial, ao som de pop/samba rock e dj, no Café Folclore. A comemoração será em conjunto com mais 3 amigas"

A diversidade de gêneros musicais e de ambiente também ajudou a criar duas festas totalmente distintas. Nos dois dias estavam presentes somente Lucy e a minha eterna companheira de parabéns, um dia mais velha e com quem há muitos anos comemoro o aniversário junto.

Apesar de ter acontecido em um bar, a festa de sexta-feira parecia aquela coisa de família, todos reunidos num almoço de domingo. Amigos de longa data que nem precisavam ser apresentados a papai e mamãe, que aproveitaram o show do meu irmão para cantar parabéns com a rebenta mais velha. Meus tios e minha prima também passaram para ver a grande evolução da banda In Flow. Aliás, uma das boas coisas de estar mais velha é poder reunir pacificamente família e amigos, sem aquele mal estar adolescente. Quando meu pai passou reto por mim no dia do meu aniversário para dar os parabéns para minha amiga (já que nem tinha percebido que era quase uma da manhã), a mesa inteira deu risada e concordou quando alguém disse "É, a gente percebe que é de família".

E esse clima sossegado tomou conta da maior parte da noite. Antes das 2h, cantamos parabéns com velinhas rosa e branca, para combinar com os 24 anos. Em seguida, alguns foram embora e veio o show. Enquanto esperava o pagamento do cachê e a retirada dos instrumentos, passei a madrugada conversando com um dos amigos mais sinceros que existe - mesmo que ele ache que ser sincero seja meio gay. Na hora de ir embora, pra mostrar que não mudei nada com a nova idade, derrubei o bolo em cima do meu amigo, por sorte - e por pouco - só no ombro. Entretanto, meu irmão parece que não ligou e acabou com o doce logo em seguida.

Entre colocar os pés em casa, dormir e sair para o treino de basquete não perdi mais que 3 horas. Cheguei atrasada, o treino atrasou mais ainda, mas deu para tirar um pouco da ferrugem e ainda ir para o rugby. Na maratona, eu e Lucy invictas. Ariel começou dos boxes, no treino de basquete, e Lina só deu uma voltinha na pista, passando pelo Villa Lobos. Como presente de aniversário, um elogio do coach ao time feminino, que melhorou a linha, e um montinho, que graças ao céus não teve muita adesão. Depois de um rápido pit stop com cheiro de terceiro tempo, fui para casa para a maratona da família: almoço com os pais e visita à outra aniversariante (em uma mesma família, três fazem aniversário no mesmo dia).

Parte 2

Chegando em casa, mais duas horas de sono. Levanto, escolho uma roupa e vou para a festa, onde minhas duas amigas aniversariantes (a do dia anterior e a nossa quase-Jones) já me esperavam junto com Lucy e Ariel. Às 22h, o bar estava vazio. A banda começava a tocar pop rock e não havia a menor indicação de que a noite ia ser tão boa. Lucy, depois da festa, até comentou "Achei que tivesse mais pessoas conhecidas, mas era só a gente de sempre", com alguns bons acréscimos, é verdade, mas mesmo assim a gente fez uma zona.

Nossos queridos pilares chegaram cedo e cedo foram embora. O coitado atropelou uma moto e agora o ânimo diminui. Lana, acompanhada do nosso querido "ponta-1o,2ocentro-fullback-abertura", chegou logo depois. Em seguida, vieram os amigos dele. Um deles que, inclusive, comemorou o aniversário conosco. Minha maninha, que eu tanto adoro, também esteve presente empolgadíssima como sempre.

Na mesa, um drink verde passava de mão e mão seguido de uma careta. A mistura de tequila, leite condensado, abacaxi e curaçau blue resultou em algo com "gosto de festa de criança", como bem resumiu a pilar. "Pra variar", como diria Lucy, eu gostei da bebida.

Sabe aquela coisa que você experimenta a primeira vez e acha estranho, mas já que está ali você experimenta de novo e de novo até que gosta? Bem, essa é a Micareta.

O troca-troca de lugares para conversar foi o estopim para que logo as pessoas fossem em direção à pista. Durante o intervalo da banda, nossa rodinha tomou conta da frente do palco e, quando os músicos voltaram, lá continuamos. O parabéns que não foi cantado pela banda do meu irmão - já que ninguém se dispôs a tirar - teve no Café Folclore uma versão em ritmo de samba!

Ao longo da noite a empolgação foi aumentando em proporções gigantescas. Tackles eram dados no meio da pista e até o vocalista da banda perdeu a compostura, e precisou segurar a risada, quando viu a bundada delicada entre duas das aniversariantes.

Uma pequena pausa para champagne e parabéns com bolos de chocolate e velinha sem número, só com a imagem de quatro princesas (Branca de Neve, Bela Adormecida, Cinderela e Bela) para quatro garotas - e também para um garoto, que acabou assoprando as preferidas da Disney sozinho, logo em seguida.

Na volta, dançamos até o chão e pulamos quaase até o teto. A noite só acabou quando apagaram as luzes e desligaram o som. Se fosse um pouquinho mais tarde nem isso teria feito diferença, pois já estava quase claro e a nossa voz havia tempos estava mais alta que a música do dj - para comprovar, um vídeo, por sorte bem escondido, com algumas pessoas cantando e dançando funk no palquinho.

Na hora de pegar as coisas, descubro que perdi meu celular, deixado displiscentemente em cima da mesa, antes cheia, agora vazia. Lógico que poderia fazer mais uma daquelas relações complexas envolvendo aniversário, mudança de idade, perda de telefone, alteração na forma de ver o mundo e se comunicar com os outros... mas acho que a explicação mais simples é que tenho muito mais a aprender com a minha versão masculina do que simplesmente dançar forró, apesar dele e do amigo aniversariante terem me proporcionado uma evolução enorme. "Só falta o básico", bem disse Lana Banger.

5 comments:

Ariel Jones said...
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Ariel Jones said...

Que delícia de festa foi essa einh amiga!!!

Fazia tempo que não me divertia tanto.

Quem é a próxima Jones a fazer aniversário,einh?!?

Bjs

Fábio said...

Hahaha... incrível o detalhamento que você conseguiu dar ao tal dia...
Adorei!

E, sim, o bolo estava gostoso até na minha camiseta... hahaha...

Beijos, Patty...

Lucy Jones said...

hahahaha... perdi o episódio do bolo!! Eu e sua amiga de aniversário estávamos com muuuuito sono!!

mas compensei todos os outros aniversários, hein!? E a festa foi sensacional!!

bjos

Anonymous said...

Muito bommmmmmm...altas risadas e uma sensação gostosa de nostalgia (mas já? Sim, já...momentos bons têm este gostinho de quero mais"). Ah...a vida podia ser uma eterna festa, cheia de amigos, magia, música e gente feliz, né?!